TERRAS

Indígenas Krenyê recebem fazenda de 8 mil hectares no Maranhão

Expulsos há 9 anos do seu território original, os Krenyê recebem hoje (27), oficialmente, seu novo território. O presidente da Funai estará no Maranhão para fazer a entrega da assinatura da fazenda, no município de Tumtum, aos indígenas

Povo Krenyê ocupando fazenda, em fevereiro do ano passado. Foto: Ana Mendes

Nove anos após serem expulsos de suas terras, o povo indígena Krenyê recebe hoje (27) do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg de Freitas, a assinatura da Fazenda Vão Chapéu, de 8 mil hectares, no município maranhense de Tumtum. O território já era ocupado há mais de um ano pelos Krenyê, mas somente agora, após a compra pela Funai, são proprietários. Freitas assinou o termo de compra e venda do território na segunda-feira (25), em Brasília.

O povo Krenyê reivindica a demarcação de suas terras desde 2004. Em 2010, os indígenas foram expulsos da Terra Indígena Rodeador após conflitos de terra e passaram a habitar a periferia da cidade de Barra do Corda, no interior do Maranhão. No mesmo ano, a Diretoria de Proteção Territorial da Funai começou o processo de solicitação da terra perdida – constatado, posteriormente, ser impossível o retorno dos Krenyê à sua terra original.

No dia 23 de fevereiro do ano passado, devido à lentidão do processo da Funai, os indígenas ocuparam a terra da Fazenda Vão Chapéu, de propriedade da SC Agro Florestal. “A Funai fez um compromisso e não cumpriu, se a gente tivesse esperando a gente teria morrido. (…) Esse pensamento de ocupar é porque a gente não suporta mais. São 80 anos de perambulação em outras comunidades, em outros territórios”, explicou a liderança Côr-teteto Krenyê em entrevista ao Cimi, no período em questão. “A gente já tá dentro da terra e não sai mais, só se matarem a gente. Esse é um direito nosso”, concluiu.

Em 2015, um edital foi publicado pela Funai para a seleção de novos possíveis territórios. A vistoria dos imóveis contou com a participação de lideranças Krenyê e membros da Fundação. A fazenda foi então selecionada e comprada por  R$ 14.155.918,11 pela Fundação. A partir de hoje, a terra passa a ser oficialmente dos Krenyê.

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