NOSTALGIA

Você lembra da novela “Era Uma Vez…”? Trama completa 20 anos

Com média geral de 30 pontos e 166 capítulos, um dos pontos mais fortes da trama foi a alta carga de humor, especialmente nas cenas protagonizadas pela Família Zanella

Walther Negrão é um dos autores mais versáteis da Globo. Ao longo das últimas cinco décadas, o novelista tem viajado pelos mais diversos estados brasileiros e passeando por temas e estilos de produção. Conhecido por títulos “praianos” como “Tropicaliente” e a recente “Sol Nascente”, Negrão também já escreveu tramas espíritas, rurais, de ação e época. Em 1997, de olho na boa repercussão de “Chiquititas”, do SBT, a Globo encomendou ao autor uma trama que pudesse atrair o público infantojuvenil, sem que afugentasse o público fiel.

O resultado foi a doce e suave “Era Uma Vez…”, trama que completa 20 anos de exibição neste mês. “O universo infantil sempre teve espaço nas minhas novelas. Dessa vez, eles eram parte fundamental da história. Utilizei diversas referências a clássicos da literatura e o público acabou respondendo muito bem ao tom de fábula que foi desenvolvido neste folhetim. O humor natural da direção do Jorge Fernando também foi parte importante”, conta o autor, que homenageou obras como “Pinóquio” e “O Mágico de Oz”.

Mais uma vez disposto a tirar as novelas do eixo Rio-São Paulo, Negrão resolveu ambientar toda a trama de “Era Uma Vez…” no estado de Santa Catarina. A cidade fictícia de Nova Esperança reunia características de municípios catarinenses famosos como Blumenau e Joinville. Em busca de paz e fugindo dos abusos do ex-marido, a misteriosa Madalena, protagonista de Drica Moraes se instala na charmosa e pacata cidade. Depois de viajar pela Europa na companhia de seu grande e atrapalhado amigo Maneco, de Antonio Calloni, a dupla encontra emprego e paz ao chegar na cidade. Artista plástico, Maneco é contratado para restaurar e fazer novas intervenções na igreja local.

Disposta a recomeçar sua vida, Madalena acaba como governanta da casa do poderoso Xistus, de Cláudio Marzo. Solitário e sisudo, até então, a única alegria do empresário era receber a visita dos netos. A chegada da jovem à casa, entretanto, acende a sentimentos esquecidos por Xistus. “A chegada da Madalena é vista com desconfiança na cidade. Ela não quer se envolver com ninguém pois está traumatizada. É uma personagem doce e amarga ao mesmo tempo. Uma heroína forte e que me divertiu bastante”, lembra Drica.

As crianças Zé Maria, Glorinha, Marizé e Fafá, respectivamente interpretados por de Alexandre Lemos, Luiza Curvo, Alessandra Aguiar e Pedro Agum, são fruto da filha morta de Xistus e do correto Álvaro, de Herson Capri. Eles moram em um simpático sítio com avô paterno Pepe, de Elias Gleizer. É neste local que se concentra o núcleo infantil da trama e onde Madalena e Álvaro se conhecem. “Gosto quando a história é contada com pitadas de fantasia. A novela parecia um conto de fadas, mas também tinha seu viés realista. Álvaro se apaixona pela Madalena não apenas pela mulher que ela é, mas pelo amor e relação próxima dela com os filhos dele”, ressalta Capri.

Enciumados, Xistus e Bruna, dondoca apaixonada por Álvaro, interpretada por Andréa Beltrão, decidem reunir forças para mandar Madalena para o mais longe de Nova Esperança. Ao investigar o passado da governanta, a vilã descobre tudo sobre seu passado e avisa ao violento Danilo, de Tuca Andrada, o paradeiro de Madalena. “Bruna era uma vilã do tipo bem afetada e que nunca tinha ouvido um ‘não’ na vida. Quando isso aconteceu, ela surtou”, diverte-se Beltrão.

Gravações

As gravações de “Era Uma Vez…” começaram cerca de três meses antes da estreia. Uma pequena equipe comandada por Jorge Fernando captou diversas cenas de Drica Moraes e Antonio Calloni pelas ruas de Barcelona, na Espanha. Enquanto isso, as equipes de cenografia e direção de arte visitavam pequenas cidades de Santa Catarina, tudo para construir a cidade cenográfica nos Estúdios Globo, inaugurado três anos antes. “Naquela época, a central de produção ainda não tinha todo o aparato e estúdios que tem hoje. A gente usou muito a área verde não construída. Fomos desbravando o terreno”, conta Jorge Fernando.

Com média geral de 30 pontos e 166 capítulos, um dos pontos mais fortes da trama foi a alta carga de humor, especialmente nas cenas protagonizadas pela Família Zanella, formada por atores como Marcos Frota, Deborah Secco e Nair Bello. “Novela é um trabalho enorme, braçal mesmo, mas esta me deu um prazer enorme em escrever. Tudo fluiu bem e da forma que planejei”, valoriza o autor, que teve entre seus colaboradores, nomes como Elizabeth Jhin e Júlio Fischer.

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