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Veja como funcionam os golpes mais comuns do WhatsApp

Golpe do Bolsa Família, do álbum da Copa, recargas grátis e Boticário… Armadilhas no WhatsApp estão cada vez mais comuns e afetam milhares de pessoas

Se você já ouviu alguém dizer que nesta vida ninguém dá nada para ninguém, pode acreditar. Infelizmente, essa pessoa está certa. Com intuito de receber algo grátis, recarga de celular, hambúrguer, produtos de beleza, carro, entre outros “brindes”, pessoas acessam links maliciosos em seus aparelhos de celular sem saber que estão caindo em um golpe. O mais recente afetou 600 mil brasileiros que caíram no golpe do Bolsa Família no WhatsApp, prometendo a liberação de um saque no valor de R$ 954. Em apenas 24 horas, mais de 600 mil pessoas clicaram na mensagem e tiveram os smartphones infectados, segundo dados do DFDR Lab, laboratório da PSsafe especializado em cibercrimes.

Aqui, em São Luís, até ontem não havia sido recebida nenhuma demanda no Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos sobre esse crime especificamente, mas, segundo o delegado Odilardo Muniz Lima Filho, que está à frente do Departamento, são recebidas por mês de 2 a 3 precatórias de diligências, que é quando os golpes são aplicados por pessoas de outros estados, mas a investigação em geral envolve o Maranhão.

“O que tem chegado são golpes de estelionato de WhatsApp, onde a maioria das vítimas é de outros estados. É feito o cancelamento do chip e esse chip é novamente habilitado em outro aparelho. O golpista toma posse do WhatsApp da pessoa, continua nos grupos e se passa por ela pedindo transferência bancária, alegando vários motivos. Como é do conhecimento do contato da pessoa, ela acaba ‘ajudando’. Tem vítimas de outros estados, com contas maranhenses e aí temos que fazer essa investigação”, explica o delegado.

Ele lembra que em 2016 foi presa uma quadrilha que utilizava desse artifício, e havia, dentre eles, um funcionário da operadora Vivo que cancelava esses chips. As vítimas eram maranhenses e as contas bancárias utilizadas também eram do Maranhão.

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Golpe do Bolsa Família do WhatsApp

O golpe tenta ser o mais crível possível, mas, na maioria das vezes, dá para perceber pela terminação do endereço eletrônico a ser acessado ou pelos erros de português que geralmente acompanham a mensagem. No caso do golpe do Bolsa Família, os criminosos buscar convencer que a mensagem enviada é verdadeira com o uso de uma imagem do cartão do Bolsa Família e um link falso do governo federal. Ao clicar, a pessoa é direcionada para uma página na qual deve responder as seguintes questões: “Você possui o cartão Bolsa Família?”, “Você recebe todo mês?” e “Você conhece amigos ou parentes que recebe?”. Independentemente das respostas, uma nova página é aberta e é solicitado o compartilhamento da mensagem com outros 10 contatos ou 10 grupos do WhtasApp para ter acesso ao benefício.

Após os compartilhamentos, o usuário é direcionado a uma página falsa de cadastro que induz a vítima ao download de aplicativos maliciosos. É assim que o smartphone é infectado por vírus e a pessoa fica vulnerável a cibercrimes e a prejuízos financeiros, pois são expostas senhas e informações financeiras.

O número de vítimas diz respeito apenas à quantidade de usuários do app de segurança DFNDR Security que foram impedidos de ter seus celulares infectados, o que sugere que muitas outras pessoas possam ter caído na armadilha.

Golpe das recargas grátis, horóscopo e do álbum da Copa

Ataques criminosos que tentam fazer os usuários clicarem em links falsos têm se tornado cada vez mais comuns no WhatsApp. O aplicativo é um dos mais populares do mundo. Só no Brasil são mais de 120 milhões de contas cadastradas; no mundo, pelo menos 1,5 bilhão de usuários. Assim, fica fácil para os mal-intencionados aplicarem seus golpes. O oferecimento de recarga grátis já enganou milhares de pessoas.

As vítimas espalham, sem querer, ameaças pela rede de contatos em busca de prêmio falso em forma de créditos para celular. O endereço (link) leva à instalação de aplicativos para gerar faturamento aos criminosos, e a recarga prometida nunca é realizada. “Nunca mais compro crédito, agora só convidando amigos”; “Consegui de primeira e já fiz várias vezes”; “Obrigado, compartilhei com todos os meus amigos e já ganhei”, são alguns dos comentários exibidos na página criminosa para incentivar as pessoas a compartilhar o link. Outro golpe, também distribuído por mensagem, envolve a inscrição da vítima em serviços pagos de SMS, como horóscopo, notícias e esportes. Nesses casos, uma alternativa é usar uma ferramenta de detecção do app Whoscall no celular.

Com a proximidade da Copa, uma mensagem promete entregar o álbum de figurinhas da Copa com 100 cromos gratuitos, após concluir um cadastro. Ao clicar no link, o usuário é redirecionado a um questionário em outra página. Golpe semelhante ao do Bolsa Família.

Outro golpe bem comum diz respeito ao próprio aplicativo de WhatsApp, que diz que ele deixará de ser gratuito. Algum contato enviar uma mensagem dizendo que o app deixará de ser pago em breve e que você pode realizar o pagamento ou fazer um procedimento para impedir que isso aconteça se clicar em um certo link. O tal link te levará para um site para roubar suas informações de pagamento ou instalará malwares e vírus no smartphone.

“A melhor maneira de se proteger é duvidar. E na dúvida não clique”. É o que ensina a pedagoga Ana Cristina Ferreira, ela mesma vítima de um golpe de uma mensagem que ainda está circulando, aproveitando o Dia das Mães que se aproxima. Ao ser clicado, link instala aplicativos maliciosos que podem roubar dados pessoais.

“Era uma mensagem dizendo que o Boticário estava dando brinde em homenagem ao Dia das Mães. Como veio de uma pessoa que eu conheço, eu acreditei e cliquei. Imediatamente, sem eu nem saber, a mensagem com o vírus foi compartilhada com todos os meus contatos. Ainda bem que não aconteceu nada, mas já tomei as precauções, coloquei até um antivírus”, conta.

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