Camelôs bloquearam na manhã desta segunda-feira, 26, a Praça Deodoro, no Centro de São Luís. Os trabalhadores protestam contra a retirada das bancas do local em razão das obras de reestruturação executadas pelo Iphan, através do PAC Cidades Históricas, do Governo Federal. A manifestação foi acompanhada pela Polícia Militar, e os trabalhadores seguiram em direção à Rua Grande.

De acordo com os camelôs, as autoridades pretendem fechar todos os logradouros da região, e retirá-los arbitrariamente dos locais onde trabalham. “Eles ficam tirando a gente como quem tira cachorro […] Deram uma posição pra gente que até o final do mês de março ou de abril [iriam realocar], agora já querem tirar a gente amanhã”, manifesta a camelô Josimaria Marinho. “Falaram uma coisa na reunião que eles fizeram com a gente, antes da reforma. Disseram que primeiro iam colocar a gente num local certo, pra depois continuar a reforma, mas isso não tá acontecendo”, completa.

Os camelôs repudiaram, ainda, a ação da Polícia durante a manifestação. “A gente não tá depredando nada, a gente tá fazendo uma manifestação pacífica. A gente só quer trabalhar. Eles intimidaram várias pessoas, desligaram o carro de som, querendo intimidar a gente. Isso é errado”, diz a camelô Tânia, que trabalha na região há dez anos.

Realocação

Os trabalhadores devem ser realocados para a lateral do Liceu Maranhense. As obras de adequação do espaço, que antes comportava paradas de ônibus, foram iniciadas no dia 4 de janeiro. Conforme o projeto, o local abrigará 357 barracas pequenas e duas grandes. Foram cadastrados para o remanejamento cerca de 300 vendedores da área da Deodoro e das alamedas Gomes de Castro e Silva Maia.

O processo de conversação e reuniões com os camelôs foi coordenado pela Blitz Urbana, órgão ligado à Semurh. Sobre os protestos que ocorrem na manhã desta segunda, a Prefeitura ainda não se manifestou.

Requalificação da Deodoro

Executado pelo Iphan em parceria com a Prefeitura de São Luís, o projeto de requalificação urbanística do Complexo Deodoro vai promover a reestruturação total da área. É considerada fundamental para a vida da cidade e da população, por sua importância histórica e seu valor para o centro comercial local.