ENTREVISTA

Ilson Mateus fala sobre os novos investimentos e atuação do mercado

O presidente de um dos maiores grupos de atuação no mercado maranhense fala sobre a atuação no mercado

Reprodução

Com 31 anos de operação no Maranhão, iniciados em 1986, em Balsas, com uma lojinha de 50m², hoje o Grupo Mateus é referência no Nordeste (Maranhão, Pará e Piauí), com 22 lojas de varejo, 31 de eletroeletrônicos, 14 mix atacarejo e quatro centros de distribuição (CD). Navegando na contração da crise, o Grupo Mateus anuncia novos investimentos em Pedreiras, Chapadinha e Bacabal, com expectativa de crescer 30% em 2017 e um faturamento de R$ 8 bilhões.
O presidente do grupo, Ilson Mateus, não para. Enquanto negocia parcerias com bancos de investimentos, acompanha as obras de ampliação de um dos quatros centros de distribuição, numa área de 122 mil m², para produtos da linha seca, (commodities) e outra para os processados. O investimento é de R$ 200 milhões, que irá triplicar a capacidade do Grupo Mateus.

Sobre a crise brasileira, Mateus não dá sinal de desânimo. “Temos uma equipe preparada para superar desafios. Estamos gastando meio milhão de reais em treinamento de pessoas. É com elas que estamos avançando e não vamos parar. A crise é desafiadora, mas estamos avançando e investindo”, garante.

O Imparcial – Depois de 31 anos completados recentemente, qual é a situação atual do Grupo Mateus?

Ilson Mateus – Realmente, nós acabamos de completar 31 anos. Começamos a empresa em 1986, e chegamos neste ponto que hoje se vê com muito trabalho, dedicação e a formação da equipe.  Eu diria que nós estamos consolidados e evoluímos muito em algumas áreas importantes, como a formação de pessoas (com o RH), em T.I (que é o cérebro da empresa) e em logística. Temos alguns pilares que ao longo desses 31 anos estão sendo trabalhados arduamente. Empresa nenhuma se sustenta sem esses pilares!

Quais são as estruturas desses pilares para o projeto de expansão da rede em toda a Região Nordeste? 

Com certeza! Todo o nosso time tem preocupação com essa estruturação desde os primórdios. Decidimos que não podíamos dar um passo sem ter uma retaguarda estruturada. No Brasil, há muita gente que cresceu desordenadamente e chegou a um ponto que não conseguia sobreviver. Então, nós sabemos que a empresa não pode olhar apenas para frente, é preciso olhar para si, agora, sua estrutura interna, para não se perder no caminho. Ao longo dos anos, nós temos trabalhado em cima disso.

Qual o tamanho do grupo hoje? 

Nós somos uma empresa que faturou no ano passado mais de R$ 6 bilhões e o nosso objetivo este ano é chegar em R$ 8 bilhões. Se não der, pelo menos estamos buscando analisar com confiança, planejamento e muito esforço para atingir a meta. A nossa entrada no Pará e Piauí é um dos pontos desse projeto. A gente só tinha representantes comerciais no Piauí, mas agora vamos entrar com lojas também. Já entramos com uma loja em Timon e isso nos habilitou a chegar a Teresina, que fica ali na divisão do Maranhão. Já estamos nos preparando para a abertura da primeira loja em Teresina. Também vemos o Pará como um Estado de muitas oportunidades; lá a população é bem maior que a do Maranhão; embora já tenham muitos concorrentes, achamos que conseguiremos buscar o nosso espaço.

Qual é o tamanho do quadro de pessoal do Grupo Mateus?
Hoje, no total empregado, uns 22 mil. Estimo que no Pará tenhamos quase 4 mil em todas as lojas que a gente já abriu. O resto é tudo no Maranhão! No Piauí, nós temos pouca gente.

Toda essa estrutura e logística exige investimentos elevados. Qual o volume dos investimentos para atingir as suas metas? 

Nós vamos ter plantas de produção dos produtos. Vamos produzir fatiados, vamos triplicar nossa indústria de panificação. Todos os produtos manipulados de nossas lojas vão sair desse centro de distribuição, que ficará localizado na BR-135. Temos um grande investimento em logística, pois apostamos em lojas menores e, com elas, atacar nas cidades de médio e grande porte. Teremos um supermercado nosso ou vamos ter um ‘atacarejo’. Para isso, precisamos chegar com uma solução completa e queremos diminuir a manipulação de alimentos dentro das lojas. Queremos ser uma empresa especialista em logística que trabalha com varejo.  Quando você tem uma logística azeitada, dá certo! No primeiro momento queremos uma loja com facilidade, rapidez, produtos de qualidade e praticidade para o cliente. Isso é ponto chave.

Quais os pilares para botar em funcionamento toda essa estrutura que abastece as lojas?

RH é o principal! Pessoas treinadas, preparadas e motivadas: esse é o primeiro ponto. O segundo é o sistema; se não se tem um sistema de controle aonde a gente tem a capacidade de gerar relatórios e informações precisas, não conseguimos gerenciar nada. Com informação confiáveis fica mais fácil administrar. A logística também é fundamental.

Quantos caminhões e caretas são utilizados para fazer o abastecimento de toda a rede? 

Hoje, sem contar com a frota de recebimento – só com a de expedição, nós temos mais de mil rodando diariamente.

Não é uma estrutura pesada demais para gerenciar, sem correr risco?

As pessoas que estão lá fora não têm noção do que é o grupo Mateus. Na retaguarda então, às vezes, é até muito fácil alguém criticar. Muita gente fala coisas sem conhecimento de causa. Eu acho que crítica tem que ser construtiva e eu aceito as críticas construtivas, porque fazem com que a gente melhore, Porém, entendo que as pessoas antes de teclar no computador, no smartphone para fazer uma crítica, ou falar algo sem conhecimento, precisaria se informar sobre o nosso trabalho de retaguarda. Conhecer a nossa organização mais profundamente para entender tudo que acontece aqui, com muito trabalho, dedicação, gerando oportunidades e desenvolvimento.

Isso aborrece o senhor, como líder de um empreendimento do gigantismo que é o Grupo Mateus? 

Hoje já saem coisas divulgadas maldosamente por certas pessoas, em diferentes canais, que atrapalham a gente, até nos abatem. Mas de certa forma já até acostumei com isso. É ruim de conviver, mas a gente consegue levar. O que queremos é mostrar lá para fora tudo que nós fazemos internamente. Com transparência. Tanto que, vira e volta a gente tem convidado alunos da universidade para nos conhecer melhor. Hoje nós temos uma faculdade interna.

Como funciona essa faculdade? 

Nós temos o que chamamos de “ULMA”, Universidade de Líderes Mateus. Onde temos muitos cursos, com professores universitários em cada módulo e a gente prepara o funcionário para cada área de situação, do básico ao avançado. São aulas de português, matemática, de sistemas e de liderança. Temos também uma equipe de responsabilidade social, então é uma equipe muito robusta e preparada, que está conosco.

Sobre o fechamento de uma loja em Imperatriz (que é um centro importantíssimo dentro do Maranhão), o que realmente aconteceu?

Na verdade, foi um acordo administrativo. A gente fez o que deveria: fechamos a loja. Nós temos um projeto mais robusto para lá. Esse projeto, começamos aqui em São Luís, na loja do Renascença. Estamos criando um novo modelo de negócio. Estamos preparando um projeto com bastante cuidado porque temos um carinho especial por Imperatriz. Afinal, foi lá a segunda cidade onde a gente abriu loja. Queremos surpreender Imperatriz com uma loja à altura de seus consumidores, na qual as pessoas tenham prazer de ir comprar.

Além das lojas que o senhor pretende instalar em Chapadinha e Bacabal, no Maranhão, qual é o projeto para o estado do Pará, com área territorial e população também maior? 

É um estado que a gente admira muito, um estado também muito rico, que tem muitas oportunidades e muitas cidades. Queremos a nossa fatia de mercado lá, não queremos ser donos do mercado, mas a gente quer ter um pedaço.

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