Medidas sócio-educativas

‘Jovem Guardião’ auxilia a ressocialização de adolescentes

O projeto visa proporcionar uma nova experiência de vida aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa nas unidades da Funac

As ações do Jovem Guardião são realizadas desde julho de 2016, nas unidades de internação da Funac da Região Metropolitana de São Luís, por mais de 90 jovens de nove paróquias da capital.

As ações do Jovem Guardião são realizadas desde julho de 2016, nas unidades de internação da Funac da Região Metropolitana de São Luís, por mais de 90 jovens de nove paróquias da capital.

“É uma oportunidade de vida para eles reconstruírem os sonhos”. Com essa declaração, a jovem Nilde Morais definiu a importância do projeto Jovem Guardião, que foi apresentado ao governador Flávio Dino na manhã desta quarta-feira (2), em evento no Palácio dos Leões. Cerca de 100 jovens guardiões participaram do encontro e expuseram as ações da iniciativa que têm impactado positivamente na vida dos adolescentes que cumprem medida socioeducativa nas unidades da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac).

De iniciativa da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Luís – com o apoio do Governo do Estado, por meio da Funac e da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) – o Projeto Jovem Guardião visa proporcionar uma nova experiência de vida aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa nas unidades da Funac e acompanhar/apoiar o jovem egresso da socioeducação no retorno à sua comunidade de origem, por meio da construção de um novo projeto de vida.

Com músicas e cordel, os jovens guardiões falaram com entusiasmo e orgulho do projeto está ajudando a resgatar sonhos e a dignidade de centenas de egressos de medidas socioeducativas de São Luís. “Muito positivo que haja essa movimentação da juventude em torno de uma causa justa, necessária, que é esse apoio aos meninos e meninas que se encontram internados na unidade da Funac. Para que eles possam atingir plenamente o objetivo da lei, de todos nós, que é a plena reinserção na sociedade, a chamada ressocialização”, pontuou Flávio Dino.

De acordo com o governador, para isso é preciso que haja ação do Estado, mas também da sociedade, sendo acolhedora, estando de braços abertos antes, durante e depois do cumprimento das medidas socioeducativas. “Gostei muito do momento de diálogo com esses jovens porque foi um momento de aprendizado, de fortalecimento da ação de Governo, de desafios novos que foram colocados a mim e a nossa equipe, para que a gente possa continuar aprimorando esse trabalho que é fundamental para que a gente viva uma sociedade melhor, em que a cultura da paz e dos direitos humanos façam parte do cotidiano de todos”, reiterou.

A presidente da Funac, Elisângela Cardoso, disse que o Jovem Guardião é um projeto fundamental para que os internos retornem para a sua própria comunidade enfrentando os desafios e riscos que eles tinham antes. “Nós entendemos que esse é um projeto que representa um sinal de esperança considerando que nós precisamos ter redes fortalecidas que possam dar o apoio aos jovens para que eles, após cumprirem suas medidas, não venham a regredir”, realçou.

Ela disse, ainda, que esse contato com jovens que tem experiências positivas, que estão na universidade, trabalhando, buscando e lutando por um projeto de vida serve como exemplo para aqueles que estão cumprindo medida ou que cumpriram. “Então o grande objetivo desse projeto é ser um sinal de vida e esperança para os adolescentes e jovens do nosso estado que hoje cumprem medida, que passaram por esse processo de ato infracional, de violência, de drogas e de exclusão”, explicou Elisângela.

Para o secretário da Sedihpop, Francisco Gonçalves, o Jovem Guardião é um dos resultados positivos hoje da articulação da Funac com a sociedade civil. “Esse é um trabalho importante porque uma das dificuldades que os adolescentes enfrentam quando saem da Funac é o preconceito e a dificuldade de relacionamento na comunidade sobre se eles vão encontrar as mesmas condições anteriores, em que a presença da Pastoral cria novas relações, novas possibilidades para esses jovens”, ressaltou.

O secretário Arquidiocesano da Pastoral da Juventude, Carlos Eduardo Santos, fez uma exposição completa das ações desenvolvidas pelo Jovem Guardião, comemorando resultados como a retirada dos preconceitos, além da articulação de uma rede guardiã para assistência a esses meninos. “Além disso os próprios jovens falam em ser guardiões quando saírem da unidade. A gente percebe uma mudança, auxiliamos eles a buscar caminhos, estudo”, afirmou.

Jovem Guardião

As ações do Jovem Guardião são realizadas desde julho de 2016, nas unidades de internação da Funac da Região Metropolitana de São Luís, por mais de 90 jovens de nove paróquias da capital, sempre aos fins de semana, com atividades lúdicas, dinâmicas, bate-papo, para que os adolescentes que cometeram ato infracional possam refletir sobre a sua trajetória de vida para construir um novo começo, a partir de uma experiência positiva de juventude e, disto, fortalecer o seu vínculo familiar e comunitário.

Atualmente, as paróquias guardiãs são: Nossa Senhora da Boa Viagem – da BR; São José dos Migrantes – BR; Nossa Senhora Mãe da Divina Providência – Cidade Operária; Santíssima Trindade – Cidade Olímpica; São João Calábria – Jardim América; Santa Terezinha – Filipinho; Espírito Santo – Alto Timbira; Nossa Senhora da Penha – Anjo da Guarda; São José do Bonfim – Vila Nova; e Nossa Senhora de Fátima – Vila Luizão. Todas em áreas de grande vulnerabilidade social e que acolheram o projeto com muito entusiasmo.

Além do acompanhamento, o projeto vai além: propõe mapear e dialogar a rede de serviços que possam atender os adolescentes e jovens nas comunidades; sensibilizar as comunidades a fim de que se tornem mais acolhedoras e desmitifiquem preconceitos e tabus em relação às medidas socioeducativas; dentre outras questões relacionadas.
Como resultados e impactos, o projeto almeja ter adolescentes com projetos de vida implementados com sucesso; comunidades mais seguras e cuidadoras; e a redução dos índices de reincidência dos/as adolescentes e jovens egressos.

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