Revitalização

Ambulantes são proibidos de vender nas ruas de Ribamar

Nos últimos seis meses, a prefeitura intensificou ações de fiscalização e remoção do comércio informal das ruas; Vendedores pedem local com estrutura melhor nos mercados

Vendedores se instalam nas ruas principais da cidade, obstruindo o trânsito. Foto: Honório Moreira

O decreto proibitivo não é novo, mas nas últimas semanas vendedores ambulantes de São José de Ribamar têm ficado incomodados com a intensa fiscalização da Secretaria Municipal de Agricultura Pesca e abastecimento (Semagri) nas ruas da cidade. Eles são proibidos de permanecer em vias públicas, bem como nas calçadas fazendo comercio de frutas, verduras e peixes. Como o decreto só começou a ser posto em prática nos últimos seis meses, muitos vendedores desconhecem a proibição.

O revendedor de pescados Ednaldo Alves (37) é um dos poucos que ainda tenta permanecer no local que sempre costumou-se a vender suas mercadorias. “É uma falta de respeito muito grande com a gente que só tem essa forma de ganhar dinheiro e tirar o sustento da nossa família. Sem isso aqui, eu vou fazer o que?”, reclama o vendedor. Desde o início do ano a prefeitura de São José de Ribamar, por meio da Semagri vem realizando ações nos principais pontos comerciais da cidade. Uma delas é na Rua Gonçalves Dias, nas proximidades do Boi Gordo, onde o seu Ednaldo costuma ficar. “A ideia é remanejá-los para os mercados central e do bairro J. Câmara, que são os espaços legais para eles”, afirma o Administrador Regional do Município Geovani Montini.

Porém, segundo os vendedores, nos mercados não há segurança, e estão abandonados à marginalidade e a usuários de drogas. “Ninguém quer ir comprar lá, é muito perigoso. Aqui é perto de casa lotérica e banco, muita gente passa, mas lá é longe de tudo”, conta o vendedor de frutas Arlindo Almeida, de 45 anos.

O mercado Central de São José de Ribamar fica afastado do centro comercial da cidade, o que faz com que poucas pessoas frequentem. Foto: Honório Moreira

Essa é uma ação permanente da prefeitura que busca evitar que dejetos de alimentos sejam despejados nas ruas e que o trânsito flua melhor nos locais que acabam sendo obstruídos pelos ambulantes. “Nós temos foco na saúde da população, não há limpeza adequada onde acontecem as vendas e eles manuseiam a mercadoria sem higiene”, explica Geovani. Mas quando questionado sobre a estrutura dos mercados, a prefeitura concorda com os vendedores. “Realmente os mercados eram ocupados por usuários de drogas, mas isso foi por conta da gestão anterior que abandonou o que o prefeito Luís Fernando tinha feito, mas já estamos trabalhando na revitalização”, revela o assessor de comunicação da prefeitura Matias Marinho.

“Por que que eles não fazem um mercado mais próximo aqui do centro? Eu vou juntar o pessoal e vou bater de frente com eles, isso é uma falta de respeito com a gente. Eles já me levaram pra delegacia e tive um prejuízo de duas caixas de camarão”, reclama Ednaldo. A proposta da prefeitura é entregar novos boxes no mercado central e revitalizar os pontos já existentes. “No dia 26 de outubro a gente vai lançar o edital para licitar a obra do mercado e em novembro os boxes serão licitados para os vendedores também. Enquanto isso, continuamos levando ações educativas para os vendedores, para que eles possam ter mais higiene ao manusear os alimentos”, completa o administrador regional.

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