Eleições 2018

Sarney Filho não crava dobradinha com Roseana

Evento de lançamento da pré-candidatura do ministro do Meio Ambiente acirra corrida para medir a força dos dois principais grupos políticos

Ministro Sarney Filho. Foto: Karlos Geromy

A disputa eleitoral começa a ficar mais acirrada no Maranhão. O evento realizado na noite da última sexta-feira (2), no Class Eventos, no Calhau, para oficializar a pré-candidatura do deputado federal licenciado e ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), ao Senado Federal, foi um sinal de que a corrida para medir a força dos dois principais grupos políticos do estado já começou. O discurso dos aliados a Sarney Filho demonstra que ele realmente será o principal nome do grupo para o Senado.

A decisão do ministro do Meio Ambiente de concorrer para se tornar senador nas próximas eleições acaba com a possibilidade da ex-governadora Roseana Sarney de pleitear um lugar no Senado Federal. A O Imparcial, o próprio Sarney Filho descartou qualquer tipo de chance de a irmã formar com ele uma chapa para o Senado.

Ao subir no palco ao lado de Roseana Sarney e do senador João Alberto (PMDB) para receber o apoio de prefeitos, ex-prefeitos, vice-prefeitos, deputados federais e estaduais, vereadores e lideranças partidárias e comunitárias, o agora pré-candidato ao Senado ouviu promessas de apoio. “Com essa manifestação que cada vez mais está se avolumando nestes últimos meses, isso não deixa de ser um incentivo para que eu percorra este caminho de concorrer ao Senado na futura eleição”, afirmou Sarney Filho.

Nas eleições de 2018, duas vagas para o Senado estarão em disputa: uma de Edison Lobão (PMDB) e outra de João Alberto. Os dois senadores fazem parte do mesmo grupo político de Sarney Filho e poderão concorrer à reeleição. Esta disputa interna promete ser agitada. Único a comparecer ao evento de pré-candidatura, João Alberto foi um homem de poucas palavras. Elogiou o ministro do Meio Ambiente e disse ainda não saber se irá tentar a reeleição. “Assim como na eleição passada, que eu não queria me candidatar, vai depender da vontade do meu partido”, disse o senador, aparentemente insatisfeito com o cenário político atual.

Ausência

A maior ausência da festa foi a do ex-presidente José Sarney. O pai de Sarney Filho, que deverá ser o principal articulador do seu “caçula” rumo ao Senado, mandou um vídeo de apoio ao pré-candidato. Em seu depoimento, o experiente político disse ter orgulho do filho por tudo o que ele representa para a política nacional. “É evidente que, na medida em que ele [José Sarney] se envolva na minha candidatura, eu só tenho a ganhar”, disse Sarney Filho.

Disputa acirrada

A corrida eleitoral para o Senado em 2018 tem tudo para ser agitada e bastante disputada, acima de tudo. Pelo lado do grupo aliado ao governador Flávio Dino (PCdoB), Waldir Maranhão (PP), José Reinaldo Tavares (PSB) e Weverton Rocha (PDT) aparecem como fortes candidatos. Já a oposição, que será liderada por Sarney Filho (PV), poderá ter ainda os senadores João Alberto (PMDB) e Edson Lobão (PMDB), que ainda não decidiram se vão tentar a reeleição.

ENTREVISTA – SARNEY FILHO

O Imparcial – A realização desta festa significa que o senhor já pode ser considerado candidato ao Senado?
Sarney Filho – Como sou político, qualquer ato desta natureza tem consequência política. Em momentos difíceis como este, quando você tem um chamamento, a liderança não pode se negar. Eu estou disposto a ouvir meus amigos e percorrer este caminho que está sendo indicado. É cedo ainda, nem a legislação permite um lançamento de candidatura. Mas hoje, com essa manifestação que cada vez mais está se avolumando nestes últimos meses, isso não deixa de ser um incentivo para que eu percorra este caminho de concorrer ao Senado na futura eleição. Eu não posso dizer que sou candidato porque vai contra a legislação. Eu assumo essa postura de que atendo este apelo dos meus amigos e sou um possível candidato ao Senado.

A sua ida para o Senado significa que a candidatura de Roseana Sarney ao governo se consolida?
Acho que é independente. Eu tenho sentido muito que as lideranças, principalmente as ligadas a mim, desejam que a Roseana retorne, seja candidata. Mas isso é uma decisão que vai caber a ela. Não cabe a mim. Evidentemente, pela liderança que ela tem, pela popularidade que ela tem, uma candidatura dela ao governo seria uma candidatura que iria ajudar a minha.

Existe alguma possibilidade de vocês dois disputarem o Senado?
Nenhuma.

Caso Roseana não seja candidata ao governo, existe alguma possibilidade de Maura Jorge ser candidata do grupo?
Eu sou do campo da oposição do atual governo e esse campo da oposição pode ter vários candidatos ao governo e, certamente, em algum momento, vamos ter que conversar. Vamos esperar que as coisas fiquem mais claras.

Caso seja eleito senador, que políticas públicas o senhor pretende trabalhar prioritariamente?
É cedo e precipitado falar no exercício de um mandato. Eu tenho uma história de lutas aqui no Maranhão. Dificilmente se encontra um município no Maranhão onde não se tenha uma obra em que eu não tenha mandado recursos como deputado federal, ou que eu não tenha conseguido como ministro na primeira vez, ou que não tenha conseguido com a governadora Roseana, governador João Alberto, governador Lobão e com o Castelo quando foi governador. Tenho uma história de lutas e conquistas e, evidentemente, a situação prioritária do Maranhão para o nosso desenvolvimento, para nossa consolidação da sustentabilidade é o problema hídrico. Eu, se voltar para o Congresso como senador, vou usar prestígio, meu conhecimento, as amizades que tenho, junto à nossa bancada para que a gente consiga recursos orçamentários. A primeira emenda que farei será para recuperação e revitalização de nossas bacias hidrográficas.

Qual vai ser o papel do ex-presidente José Sarney na sua campanha?
Olha, Zé Sarney, embora esteja já afastado da política com 87 anos, ele ainda é uma personalidade aqui no nosso estado e no Brasil. Então, é evidente que, na medida em que ele se envolva na minha candidatura, eu só tenho a ganhar. Vejo-o não só como um pai, mas como um líder, como uma pessoa que a gente tem, cada vez mais, que absorver seus ensinamentos e suas experiências.

Como o senhor avalia os nomes dos demais pré-candidatos ao Senado?
Pelos nomes que eu vi que estão sendo lançados, acho que as candidaturas são de altíssimo nível e merecem meu respeito. São duas vagas para o Senado e, portanto, acho que aquele eleitor vai poder ter duas opções. Cada candidato deve se mostrar, apresentar suas propostas. Não tenho objeções a nenhum desses candidatos que têm sido lançados. Só tenho elogios.

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