Três deputados maranhenses lutam contra o câncer
Membros da Assembleia Legislativa do Maranhão passam por problemas de saúde e dividem atividades parlamentares com recuperação física
A Assembleia Legislativa do Maranhão passa atualmente por uma situação incomum em sua história e vida parlamentar. Pelo menos três deputados intercalam as atividades políticas de rotina com as de tratamento do câncer que cada um enfrenta. O presidente Humberto Coutinho (PDT), com um câncer de intestino, há quase quatro anos, se desdobra em viagens entre Caxias, São Paulo e São Luís, vida política, além dos negócios de suas fazendas de boi de corte.
Soma-se a isso o comando da Alema, onde tornou-se uma liderança respeitada e um ponto de sustentação das matérias de interesse do Poder Executivo. Humberto Coutinho foi reeleito por unanimidade, em agosto de 2016, para presidente da Casa Legislativa, com cinco meses de antecedência, fato que o fez um político de peso. Tem sido citado até para disputar a eleição de senador em 2018, na chapa liderada por Flávio Dino, projeto que Coutinho prefere nem discutir.
Coutinho, que é médico (assim como a esposa, ex-deputada Cleide Coutinho), passa por um tratamento com drogas pesadas, importadas, que têm dado bons resultados nos Estados Unidos e no Brasil. Porém, como são fortes, vez por outra lhe causam certos incômodos, tipo tontura repentina. Esta semana, por exemplo, quando presidia a sessão da Alema, o presidente foi se levantar e precisou de amparo de colegas da Mesa, por alguns segundos. Logo estava normal.
No mesmo Hospital Sírio-Libanês da capital paulista, o deputado Edivaldo Holanda (PTC) vem tratando de problemas que, inicialmente, pareciam sintomas de trombose. Porém, recentemente foi diagnosticado com linfoma no duodeno, que representa a primeira seção do intestino delgado. Diante da necessidade de um tratamento com drogas fortes, Edivaldo precisou tirar licença, em 2016, quando o diagnóstico não era o que veio apresentar recentemente.
Em 2017, ele só compareceu às sessões esta semana, pois precisa se deslocar de dois em dois meses para São Paulo. O linfoma no duodeno é apresentado como “não-Hodgkin” primário, classificado como linfoma B do tubo digestivo, de baixo grau de malignidade. Normalmente, aparece em exames de ecografia, tomografia computorizada e estudo baritado intestinal.
Ao contrário de Humberto Coutinho, que já falou publicamente da luta que trava contra o câncer, Holanda só relata o seu sofrimento para pessoas mais próximas. Porém, ele não desanima e está confiante de que será curado. Um dos deputados com maior tempo no parlamento estadual, Edivaldo disse que vai continuar participando das sessões e não está programando tirar nova licença por tempo prolongado.
O terceiro deputado atacado por câncer é Paulo Neto (PSDC). Em 2016, ele teve o diagnóstico do câncer de laringe no Hospital Sírio-Libanês. Semana passada, chegou a participar de sessão legislativa, usando chapéu, em razão da queda dos cabelos, pelo processo doloroso da quimioterapia. Ultimamente, Paulo Neto não tem comparecido à Alema e as informações mais recentes indicam uma situação das mais complicadas. No entanto, há o sentimento de solidariedade entre seus pares, amigos e eleitores de confiança na recuperação.
Os cânceres dos deputados
Humberto Coutinho: O intestino compreende duas grandes regiões: o intestino delgado, relacionado à digestão e absorção dos alimentos; e o intestino grosso, responsável pela absorção da água, armazenamento e eliminação dos resíduos da digestão. O câncer no intestino delgado é muito raro.
Edivaldo Holanda: Dizem os especialistas que, quando se olha o sistema digestivo dos seres humanos, o corpo segue o estômago para o intestino delgado. O câncer duodenal é uma doença rara que afeta a primeira parte do intestino delgado. É um tipo de câncer raramente gastrointestinal. Há certos fatores de risco que fazem a tendência para desenvolvê-lo.
Paulo Neto: Cânceres de pulmão, laringe e esôfago, segundo a literatura médica, têm como um de seus principais fatores de risco o fumo. O câncer de laringe, apesar de representar apenas 2% de todas as neoplasias no Brasil, corresponde a cerca de 25% das neoplasias malignas de cabeça e pescoço. É um tumor mais comum no sexo masculino, com uma proporção de incidência entre homens e mulheres próxima de 7 para 1.