Rebeliões

Sarney afirma que mortes são vergonha para o Brasil

O ex-presidente e ex-senador também criticou o ex-secretário nacional de Juventude do governo Michel Temer, Bruno Júlio

Reprodução

Nos últimos dias, políticos e pessoas públicas de todos os tipos têm se manifestado acerca das mortes nas penitenciárias do norte do Brasil, mais precisamente em Roraima e Amazonas. O ex-presidente José Sarney classificou como uma “vergonha” para o país, os acontecimentos.

Pai da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), que teve lidar com diversos massacres no Complexo de Pedrinhas enquanto esteve à frente do Palácios dos Leões, Sarney afirmou que não se pode ficar “indiferente” às mortes.

. “Acho uma vergonha para o país que essas barbaridades aconteçam. Não podemos ficar indiferentes à perda da vida humana. O Brasil está aceitando esses fatos como exercício do cotidiano. Só temos uma expressão: ‘valha-nos Deus’”, disse.

O ex-presidente e ex-senador também criticou o ex-secretário nacional de Juventude do governo Michel Temer, Bruno Júlio (PMDB), que deixou o cargo ontem após declarar que “tinha era que matar mais” presos.

“Foi uma coisa incompreensível. A juventude não pode pensar assim e acredito que ele não representa o pensamento dos jovens”, afirmou.

Questionado se o governo federal está tomando as atitudes necessárias para lidar com a grave crise do sistema penitenciário, Sarney foi evasivo: “Acho que o governo está diante de um fato que merece um tratamento diferente de todos os outros, porque ele lida com a crueldade e barbárie. Tenho impressão que o governo está com esse sentimento”.

Sob a gestão de Roseana Sarney como governadora do estado, o sistema prisional maranhense viveu uma séria crise desde o fim de 2013, ano em que 60 detentos foram mortos em prisões do Maranhão, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ao menos quatro deles foram decapitados. Em 2014, ao menos 21 detentos foram assassinados no sistema – treze só no Complexo de Pedrinhas. No mesmo ano, ocorreram cerca de 15 fugas de presos no estado, sendo que mais de 80 detentos escaparam e apenas 14 foram recapturados.

Naquela ocasião, Sarney isentou a filha de qualquer culpa sobre a crise. À época, o CNJ apontou que a então governadora não cumpriu as recomendações do órgão feitas desde 2008. Na ocasião, relatos que chegaram ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apontaram que o sistema carcerário do Maranhão era o pior do país.

A peemedebista, que estava em seu quarto mandato como governadora do estado, se eximiu de culpa sobre as ocorrências. A família Sarney controlou politicamente o Maranhão por cerca de 50 anos, se revezando no poder estadual com seus aliados, até que o adversário Flávio Dino (PCdoB) foi eleito para o cargo e assumiu em 2015.

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