60 anos no Maranhão

Alcoólicos Anônimos realiza seminário para profissionais

Para lembrar dos 70 anos de existência no Brasil, e 60 no Maranhão, a Alcoólicos Anônimos realiza hoje, na Fiema, o I Seminário para Profissionais do AA

Jandira Adamczyk, presidente nacional do grupo Alcoólicos Anônimos (Honório Moreira)

A ideia do alcoólatra como um homem de meia idade, em crise com a família, ou do morador de rua sem esperanças com um litro de cachaça do lado, por muito tempo foi reproduzida como a imagem da pessoa que sofre de alcoolismo, uma dependência séria e uma questão de saúde pública grave no Brasil, que, segundo a presidente nacional do grupo Alcóolicos Anônimos, a psicóloga Jaira Adamczyk, atinge hoje crianças e mulheres em proporções semelhantes aos homens.

“Em alguns estados do Brasil, o alcoolismo atinge mais mulheres que homens, e crianças entre os 10 e 12 anos já estão alcoólatras. Essa imagem da pessoa de rua ela não é real, são pessoas que têm casa, família. Pessoas que passam todos os fins de semana bêbados. São crianças que crescem bebendo, que aos 18 anos já têm anos e anos de vício no álcool”, contou a presidente.

O grupo Alcoólicos Anônimos existe no Brasil há 70 anos, e no Maranhão há 60 anos. Para lembrar das conquistas e vidas transformadas em seis décadas, é que acontece hoje, 3, às 14h, no auditório da Alberto Abdalla, na Fiema, o I Seminário Para Profissionais do AA. De entrada gratuita, o seminário tem como foco os profissionais de saúde, educação e segurança, mas também os familiares e pessoas próximas à outras que estejam enfrentando a batalha de parar de beber.

“Teremos um painel especial para as famílias, ministrado por um membro do grupo Al-ANON, chamado ‘Al-ANON na recuperação da família. Uma outra palestra será a ‘Alcoolismo no âmbito escolar’, ministrada pelo sargento Lourdilene. Nossa primeira conversa da tarde será com o Dr. Hamilton Raposo, que explanará sobre ‘Alcoolismo: doença silenciosa e imortal’, enumerou a presidente Mesa redonda O seminário vai até as 18h e contará também com uma mesa-redonda sobre “Alcoolismo na visão do Poder Público”.

Segundo Jaira haverá a entrega de certificados para todos os participantes e as inscrições podem ser feitas no local do evento, bastando chegar com certa antecedência. Falando sobre o trabalho desenvolvido pelo AA, Jaira disse que o preconceito e a visão sobre as coisas ainda precisam mudar. “Crianças começam bebendo, dado pelos pais, então se tornam alcoólatras, ou usam maconha, crack e outras drogas. Uma criança ainda está se desenvolvendo, ela não tem como fazer uma escolha consciente, ao contrário de uma pessoa de 21 anos, que já sabe o que é a doença e pode escolher se quer mesmo ou não beber”, disse.

A psicóloga lembrou da diferença de tratamento e percepção sobre as mulheres alcoólatras, que, segundo ela, ainda são tratadas como se fosse sempre uma “vergonha maior”, o que as leva a se esconder e apenas piorar. “Quando o seu pai bebe, ele bebe e está ok. Mas quando a sua mãe bebe, é inaceitável. O alcoolismo feminino é muito solitário.”, comentou Jaira, que está à frente do Grupo AA há três anos.

“As mulheres que têm vício no álcool estão mais propensas a beber álcool puro, perfume, desodorante. O alcoolismo em mulheres age mais cedo, com mais rapidez e é bem mais prejudicial que nos homens, por uma questão biológica, de comportamento do organismo”, explicou a presidente do AA.

Premiação

Ainda como parte dos trabalhos de combate ao uso de drogas, haverá a primeira edição do Prêmio REMADD 2016, também no auditório da FIEMA, na Cohama, na manhã de hoje, 3. A premiação faz parte da programação da Segunda Audiência Pública Sobre Drogas.

A primeira audiência aconteceu em 9 de novembro de 2016, e a segunda, de acordo com a organização do evento, trará um resgate histórico das políticas sobre drogas no Maranhão desde a década de 1950, a partir da chegada dos Alcoólicos Anônimos (AA) ao Maranhão. De lá pra cá várias ações, projetos e instituições foram criados, com o intuito de cuidar de pessoas com dependência química, de prevenir que crianças caiam nas garras das drogas e de fortalecer o combate ao tráfico através das forças de segurança.

Segundo a organização, o prêmio REMADD 2016 tem por “missão honrar todos aqueles que atuam na prevenção, tratamento, cuidado, legislação, combate e reinserção de acordo com as políticas sobre drogas”.

DIA 03 DE JANEIRO
14h – Recepção e saudação aos participantes e solenidade
14h10 – Leitura do Preâmbulo da A.A
14h15 – Palestra “Alcoolismo: doença silenciosa e mortal”; palestrante Dr. Hamilton Raposo (psiquiatra, diretor da Residência Médica do Hospital Nina Rodrigues)
15h – Palestra “A.A. como recurso para profissionais”; palestrante Dra. Jaira Freixela Adamckyk (presidente do AA no Brasil)
15h45 – Mesa Redonda “Alcoolismo na visão do Poder Público”; mediadora Dra. Helena Duailibe, médica clínica geral, secretária de Saúde do Município de São Luís
16h30 – Mesa Redonda “Alcoolismo no âmbito escolar”; mediador Sgt. Lourdislene.
16h45 – Participação do Plenário
17h20 – Agradecimentos finais
17h30 – Entrega de Certificados

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