PESQUISA REVELA

Presidente Dutra entre as cidades mais violentas no trânsito no Brasil

Relatório mostra cidade maranhense no topo do ranking das cidades com maiores índices de óbitos por 100 mil habitantes de todo o país.

Reprodução

Dados do relatório “Retrato da Segurança Viária” mostram que a cidade maranhense de Presidente Dutra encabeça o ranking de cidades com maior taxa de óbitos relacionados ao trânsito por 100 mil habitantes.

A região Nordeste tem o segundo maior número de óbitos em acidentes de trânsito no país, atrás apenas do Sudeste. Segundo os dados mais recentes disponíveis, em 2014, foram 13.430 vítimas fatais na região, sendo que mais da metade das mortes – 6.849 – envolveram motociclistas. Esse número representa 41,6% do total de mortes em acidentes de moto em todo o país. Além de Presidente Dutra, duas outras cidades nordestinas estão à frente no triste dado de mortalidade: Sobral (CE) e Barbalha (CE).

Os dados são do relatório “Retrato da Segurança Viária”, feito pela Ambev em parceria com a consultoria Falconi. O estudo também mostra que, entre 2003 e 2014, a frota de motocicletas no Nordeste aumentou 414%, saltando de 1,2 milhão para 6,2 milhões, representando 44% dos veículos da região.

Com o objetivo de auxiliar a elaboração de políticas efetivas de combate aos acidentes de trânsito, o material oferece um cruzamento inédito de dados de entidades como Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), além da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Queremos e podemos ser parte da solução por um trânsito mais seguro para todos. Temos uma das maiores frotas do país e desenvolvemos tecnologias e treinamentos exclusivos capazes de mapear e mudar comportamentos de risco para garantir a segurança de toda nossa força logística. Além disso, também atuamos na prevenção o uso indevido da bebida alcoólica que, quando associada à direção, também se torna um fator de risco no trânsito”, esclarece Pedro Mariani, vice-presidente de relações corporativas da Ambev, financiadora do levantamento.

O estudo mostra ainda que, nos 12 anos analisados, os acidentes com motos passaram a ser a principal causa de morte no trânsito, subindo de 19% para 37% do total de vítimas fatais. Enquanto isso, o número de feridos entre motociclistas quase quadruplicou: de 31.073 para 119.846. Em 2003, os acidentes fatais com pedestres eram a maioria, representando 43% do total. Os carros de passeio apareciam na sequência, 29%. De acordo com os dados mais recentes, 24% dos acidentes que levam a óbito são com pessoas a pé e 32% com carros.

Com um dos trânsitos mais violentos do mundo segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil vivencia um aumento de 3,2% no número total de mortes em decorrência de acidentes em um ano, segundo os dados mais recentes, referentes a 2014. O crescimento volta a ser constatado, depois de uma queda de 5,7% entre 2012 e 2013, que reverteu a tendência de aumento que já durava quatro anos. Em 2014, 44.471 brasileiros perderam suas vidas em acidentes viários e o número absoluto de feridos cresceu 5,9% em relação a 2013, chegando a mais de 203 mil. No mesmo período, os feridos por 100 mil habitantes aumentaram 5%. De 2003 a 2014, mais de 477 mil brasileiros morreram nas ruas, avenidas e estradas e mais de 1,7 milhão ficaram feridos.

Óbitos por região

A região Sudeste concentrou o maior número de mortes em 2014, com 15.603 vítimas, um crescimento de 4,5% em relação a 2013. O Nordeste vem em seguida, com 13.430 mortes, 3,1% a mais que no ano anterior. No Centro Oeste, o total de vítimas foi de 4.725 (aumento de 2,7%) e no Norte, 3.768 (crescimento de 3,9%). No Sul, foram 6.945 mortes em 2014, um aumento mínimo de 0,8% na comparação com 2013.

Ao analisar o número de óbitos por 100 mil habitantes, o Sudeste é a região mais segura, com taxa de 18,3. Em seguida vem a região Norte, com 21,9. Com taxas semelhantes estão as regiões Nordeste e Sul, ambas com 23,9. Por último, fica a região Centro-Oeste, com uma taxa elevada: 31 mortes a cada 100 mil habitantes.

A análise por região também revela que no Nordeste e Norte, os usuários de moto representam o grupo predominante entre as vítimas. No Nordeste, foram 6.849 vítimas fatais de acidentes com moto (51% do total), mais que o dobro das 3.223 vítimas de acidentes com carro (24%). Em 2003, as motos representavam 25% das mortes no trânsito na região Nordeste. Desde então, a frota de motos nos estados nordestinos saltou de 1,2 milhão para 6,2 milhões, um aumento de 414%. O usuário de automóvel lidera o ranking de óbitos nas regiões Sudeste (34% do total de acidentes), Sul (39%) e Centro-Oeste (37%).

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