Música

Patativa estreia no projeto Prata da Casa em São Paulo

Autora de mais de cem composições, a sambista maranhense de 79 anos lançou seu primeiro disco há menos de um ano.

patativa
A Patativa está com tudo e não está prosa. Aos 79 anos, sua carreira vive um novo e único mo­mento: Patativa, que nunca havia gravado um disco solo, lançou Ninguém é Melhor do que Eu no final de 2014 e agora se apresenta no projeto Prata da Casa, na Choperia do Sesc Pompeia, na terça-feira, 10 de novembro, às 21h, com entrada gratuita. “Para mim é uma honra enorme lançar este trabalho. É a re­alização de um sonho”, afirma Patativa.
Concebido sob a iniciativa de Zeca Baleiro, diretor artístico, e Luiz Jr., produtor musical, o álbum é um apanhado de 12 sambas compostos por Patativa mais o hit regional Xiri Meu, cacuriá malicioso que o povo maranhense já inclui entre seus grandes “clássicos”. Com a participação de Simone, Zeca Baleiro e Zeca Pagodinho, o disco saiu pelo selo Saravá Discos, com distribuição da Canal 3.
No repertório do show, em São Paulo, estão Nin­guém é Melhor do que Eu, que dá nome ao disco e fala da magia que cerca o universo do samba; Babado na fa­vela, sobre o cotidiano das periferias de São Luís; Sam­ba dos seis, homenagem a diversos amigos da Madre Deus, bairro boêmio em que começa o mito Patativa; Santo guerreiro, sobre a relação de malandros e otá­rios com o vil metal; e Saudades do meu bem-querer.
Patativa promete colocar todo mundo pra sam­bar na Choperia do Sesc Pompeia, acompanhada de Luiz Jr. (violão 7 cordas e viola), Paulo Ribeiro (violão 6 cordas), Marcelo Kurchal (cavaco), Cacau Amaral (percussão), Samba Sam (percussão) e Allan Abadia (trombone).
A compositora Maria do Socorro Silva, 79, ganhou o apelido de Patativa “ainda bem novinha”, como ela mesmo conta. Um amigo disse que ela parecia o pássaro, que gostava de cantar noite e dia. A princí­pio, ela se zangou, mas a alcunha acabou pegando.
Natural de Pedreiras, no interior do Maranhão, mesma cidade natal de João do Vale, a fama de Pa­tativa corre longe. Tem muitos sambas conhecidos e cantados a plenos pulmões em rodas informais em feiras e bares da cidade de São Luís, para onde se mu­dou aos 10 anos. Alguns, de letra curta, ela mesmo classifica de “samba de cachaceiro. É curtinho, pra não esquecer a letra”, revela sorridente.
Presença tradicional do carnaval maranhense, Patativa desfila em São Luís há décadas no bloco Fuzileiros da Fuzarca.
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