COPA LIBERTADORES

Clássico entre Boca e River é suspenso por causa de gás de pimenta em La Bombonera

Lamentável incidente provocado por torcedores xeneizes resultou na suspensão

Foto: Juan Mabromata.


Juan Mabromata

Sebastian Driussi (22), do River Plate, joga água nos olhos depois de ser atingido por spray de pimenta

O clássico entre Boca Juniors e River Plate, válido pelas oitavas de final da Copa Libertadores da América, não teve fim na noite desta quinta-feira. O duelo entre os argentinos no Estádio Alberto José Armando, a popular e hostil Bombonera, foi interrompido por um lamentável incidente ocorrido na volta do intervalo: torcedores xeneizes, posicionados no alambrado que protegia o gol de Barovero no primeiro tempo, dispararam gás de pimenta no túnel inflável que ligava o vestiário visitante ao gramado. A atitude provocou queimaduras e ardências nos olhos dos atletas milionários.

Dentre os mais atingidos pelo composto químico estava o experiente Ponzio. Além de não conseguir caminhar, esfregando os olhos com frequência, o volante trazia as marcas vermelhas do composto químico na camisa 23. A mesma mancha também figurava nos uniformes de Vangioni, Funes Mori, Maidana e Kranevitter.
Enquanto os jogadores visitantes tentavam se recuperar do ataque inesperado da torcida boquense, os fãs mandantes aproveitaram para provocar: um drone, sustentando um fantasma que trazia consigo a letra B, recordando o rebaixamento do River Plate à Segunda Divisão argentina, sobrevoou o acanhado campo.
A decisão da suspensão, contudo, demorou a acontecer. Ao passo que o delegado da partida, o boliviano Roger Bello, conversava com o quarteto de arbitragem – capitaneado pelo jovem Dario Herrera, de 29 anos – e caminhava constantemente pelas instalações da Bombonera, alguns jogadores xeneizes trocavam passes, na esperança da partida continuar. Neste ínterim, Vangioni ainda estava com uma toalha no rosto, tentando aliviar a dor gerada pelo gás.
Com a suspensão do clássico, o próximo adversário do Cruzeiro na competição internacional segue uma incógnita. A Raposa despachou o São Paulo no estágio anterior, fazendo uso das penalidades máximas. Após o marcador agregado de 1 a 1, a formação celeste de Belo Horizonte eliminou o Tricolor por 4 a 3. Ainda haverá uma definição sobre o caso por parte da Conmebol.
O jogo
Aos moldes do duelo de ida, o clássico começou de modo truncado. Antes do primeiro minuto, Pablo Osvaldo perdeu a bola e atingiu Carlos Sánchez com um firme carrinho por trás. O árbitro Dario Herrera, de 29 anos, não hesitou e mostrou o primeiro cartão amarelo da partida para o centroavante do Boca Juniors. O lance serviu como introdução para a tônica do compromisso, que trouxe consigo mais chegadas ríspidas e violentas do que oportunidades de gol.
A primeira boa oportunidade veio com nove jogados e pertenceu ao River Plate. Carlos Sánchez ergueu a cabeça e serviu Driussi na área. O atacante deixou Cata Díaz no chão e finalizou colocado, com equilíbrio. A bola passou rente ao travessão de Orion. Os xeneizes só chegaram com perigo quando o relógio apontou a marca dos 24: Pablo Osvaldo ganhou de Funes Mori, tabelou nas proximidades da meia-lua e chutou firme, no centro da meta. Atento, Barovero defendeu em dois tempos.
Formatada com três volantes, a formação milionária não dava espaço aos boquenses, configurados no esquema 4-3-3. O nervosismo acentuou o repertório de carrinhos firmes e tornou o compromisso ainda mais ríspido. Aos 44, mesmo com o jogo parado, Pablo Pérez desferiu um carrinho em Maidana, na lateral-direita. O lance desnecessário – e até cômico – rendeu cartão amarelo ao camisa 8 xeneize. A tarjeta foi distribuída cinco vezes na primeira etapa por Herrera: quatro delas para os donos da casa.
A volta do intervalo, no entanto, foi o momento mais crítico do compromisso. Os atletas do River Plate foram vítimas do disparo de spray de pimenta e retornaram ao gramado apresentando as marcas vermelhas da substância na camisa. O mais atingido pelo composto químico foi Ponzio, que lacrimejou incessantemente, tendo dificuldades para caminhar.
Enquanto Maidana e Funes Mori também esfregavam os olhos, com as camisas rajadas pelo gás, a torcida do Boca Juniors puxava o túnel inflável que “protegia” os atletas visitantes. A crítica pausa também foi momento para a provocação dos xeneizes: um drone que trazia consigo um fantasma, marcado pela letra B, sobrevoava o gramado, recordando o descenso milionário à segunda divisão argentina.
De acordo com o periódico Olé!, a torcida do Boca Juniors foi responsável por disparar o spray de pimenta. Ponzio, após tomar ar, buscou refúgio no banco de reservas, onde se lavou, buscando aliviar a dor da queimadura. O procedimento foi repetido por Funes Mori, Vangioni e Kranevitter.
Enquanto o delegado da partida, o boliviano Roger Bello, não se decidia, os policiais posicionaram as camisas milionárias rajadas pelo gás de pimenta para que os representantes tirassem fotos. Alguns jogadores do Boca Juniors, entediados com a pausa, começaram a trocar passes no gramado. Muitas pessoas também deixaram a Bombonera, principalmente os que trouxeram crianças ao hostil domínio xeneize.
Com o anúncio da suspensão por parte de Bello, a preocupação não era sobre a remarcação do clássico ou a definição do classificado, mas dizia respeito à saída dos jogadores do River Plate. Os organizadores esperaram a Bombonera ser esvaziada em expressivo percentual para arquitetarem a logística adequada aos milionários.
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