OPNIÃO
‘Precisamos voltar a empreender’, diz Edilson Baldez; Leia artigo completo
Para que o Maranhão mantenha sua posição relativa no PIB nacional, deveria produzir um volume de riquezas equivalente a R$ 75 bilhões, valor pouco provável de alcançar em 2016.

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O ano de 2016, não tem sido dos melhores para a indústria. Apesar da forte redução da atividade industrial, um sentimento de confiança começa a vislumbrar para a recuperação da combalida economia nacional. Esta esperança renasce com o anúncio do novo governo da República m acionar as reformas estruturantes, medidas que tanto o país anseia.
A fórmula para a retomada do crescimento é muito diferente da receita para se produzir o tradicional bolo caseiro. É necessário, sim, um arrojado e ousado plano econômico, sustentado no controle da inflação, na redução da carga tributária, no crescimento do nosso PIB, em mudan- ças na legislação trabalhista e tributária, e em políticas sadias e sustentáveis, indispensáveis à recuperação das fábricas fechadas e dos empregos desaparecidos.
E de uma elevada dose de otimismo para recolocar o país nos trilhos para ele voltar a figurar como um destino seguro e atraente para os investimentos. Aliás é prudente afirmar que o Brasil nunca andou tão bem assim como se alardeava.
Como também, o país não está tão destruído como se configura na mídia. As mudanças e ajustes intrínsecos, pleitos tão solicitados e agora em andamento, serão mais do que bem vindos. Quanto ao Maranhão, de acordo com o IBGE, o PIB estadual mantém uma participação de 1,3% do Produto Interno Bruto nacional. O setor industrial maranhense ainda representa 19% das riquezas geradas no estado.
Para que o Maranhão mantenha sua posição relativa no PIB nacional, deveria produzir um volume de riquezas equivalente a R$ 75 bilhões, valor pouco provável de alcançar em 2016, em razão dos problemas climáticos que afetaram o nosso agronegócio, bem como a queda da produção nas indústrias de transformação e de construção. Se o parque industrial local retomar os parâmetros de crescimento anteriores a crise, certamente o setor industrial voltará a crescer e terá participação significativa na elevação do padrão de vida do trabalhador e, consequentemente, da população.
Os prognósticos apontam que com os investimentos privados previstos com a instalação de novos projetos industriais como o Notaro, de processamento de aves na região de Balsas; o Omega com geração de energia eólica, em Paulino Neves; o porto da W Torres, em São Luís, adicionado ao crescimento da produção de gás natural e de celulose; as obras de duplicação da Ferrovia Carajás e a entrada em funcionamento do novo píer da Vale que transformará o Complexo Portuário da Vale no maior terminal privado do mundo, alentam, a médio prazo, novas perspectivas para a economia maranhense.
A esse pacote de empreendimentos acrescentem-se os programas acionados pelo governo estadual para alavancar a economia como os investimentos nos setores de infraestrutura, de logística, de habitação (favorecendo a construção civil) e a instalação de novas plantas industriais no estado. E, considerando-se que no segmento industrial cerca de 95% são micro, pequenas e médias empresas, se espera que o governo estadual amplie os benefícios para facilitar o bom andamento dessas empresas. Em qualquer análise ou cenário estabelecido é necessário considerar que as medidas criadas pelo governo estadual para a retomada econômica e a geração de emprego e renda, animam os setores produtivos e projetam melhorias nos índices de confiança dos empresários da indústria maranhense.
Não podemos deixar a crise afetar o ambiente de negócios. As crises têm suas vertentes institucionais. E, é claro, passada a tempestade todo mundo quer o bônus, não o ônus. Mesmo com as nuvens negras que impedem uma visão mais clara do horizonte, o setor industrial aguarda melhores momentos, como também resultados mais animadores a partir de 2017.
Só assim, com a retomada do otimismo, o crescimento da confiança e os ajustes necessários na economia, a indústria poderá reagir e retomar a plena atividade, alavancas primordiais para o Maranhão voltar a empreender.
*Edison Baldez é Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão e do Conselho Deliberativo do Sebrae/MA
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