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Economia do Maranhão tem desafios para continuar crescendo, diz economista

O primeiro desafio é diminuir a participação de São Luís na economia estadual e descentralizar o PIB

Em palestra para empresários de pequenos negócios, a economista e socióloga Tânia Bacelar de Araújo afirmou que o Maranhão tem três grandes desafios em relação a sua economia: descentralizar o Produto Interno Bruto (PIB), combater a extroversão e reduzir a diferença entre a renda real do trabalhador maranhense e o PIB per capta.
Estes desafios precisam ser vencidos para que o estado possa manter a tendência de crescer em um ritmo mais acelerado do que o Brasil. “Entre 1995 e 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão teve crescimento real a uma taxa média de 5,31% ao ano, o que é um ritmo acima do crescimento médio do Nordeste, que foi 3,63% ao ano, e do Brasil, que foi 2,91% ao ano. É o crescimento mais acelerado dentre os estados do Nordeste”, frisou Tânia Bacelar.
O primeiro desafio é diminuir a participação de São Luís na economia estadual e descentralizar o PIB. “A capital concentra 15% da população e 42% do PIB do estado. É preciso interiorizar a riqueza do estado para equilibrar o desenvolvimento do Maranhão e diminuir os bolsões de pobreza que existem no estado”, comentou.
Tânia Bacelar afirmou ainda que a diferença ente o PIB per capto – que é calculado pela soma de todas as riquezas do estado dividido pela sua população total – e o rendimento real do trabalhador precisa ser reduzido.
“A renda real do trabalhador corresponde a apenas 58% do Produto Interno Bruto per capto do estado. Isso cria oportunidades, mas é preciso trabalhar para distribuir a riqueza e diminuir a concentração de renda no estado. No maranhão o PIB Per capto não é dos melhores do país, cerca de R$ 8,76 mil, mas a renda real é pior ainda cerca de R$ 5,1 mil”, observou.
Ela afirmou ainda que a economia maranhense tem uma forte tendência a olhar para o mercado externo, que ela chamou de extroversão da economias maranhense, porém tem a fragilidade de ter uma pauta exportadora extremamente concentrada: apenas quatro produtos – alumina, soja, celulose e ferro gusa – concentram 91,4% de tudo o que é vendido no mercado externo a partir do Maranhão.
“Essa tendência precisa ser combatida para diminuir a exposição da economia estadual às oscilações do mercado mundial. O Maranhão tem um mercado interno que precisa de atenção. Um das soluções possível é aplicar políticas econômicas para combater a tendência de extroversão e estimular o aproveitamento das potencialidades do estado, em uma estratégia apoiada na diversidade”, afirmou a economista.
Estratégias
Tânia Bacelar é uma das principais autoridades em economia pública do país e veio a São Luís à Convite do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Maranhão (Sebrae) também para participar do seminário de planejamento estratégico da instituição, realizado nesta sexta feira (12) no Hotel Praiamar, com gerentes e gestores de projetos do Sebrae em todo o estado.
“Este é um momento de reflexão, em que vamos pensar a atuação do Sebrae no Maranhão e a professora Tânia Bacelar trouxe subsídios interessantes para pensarmos sobre nossa atuação e como o Sebrae pode efetivamente contribuir com o desenvolvimento do Maranhão”, afirmou o Diretor Superintendente do Sebrae, João Martins.
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