RIO 2016

Brasil conquista o ouro no futebol masculino

Após empate na prorrogação, Brasil derrota a Alemanha, por 5 x 4 nas penalidades, e chega à sexta medalha dourada no Rio

México, Nigéria, Camarões… Hungria em três oportunidades. Todos esses países haviam conquistado o ouro olímpico no futebol masculino em algum momento dos 116 anos de extistência do torneio, menos o Brasil. Até hoje. No início da noite deste sábado (20/8), penúltimo dia de Jogos Olímpicos do Rio, no Maracanã, o Brasil encerrou, enfim, a escrita de jamais ter alcançado a medalha de ouro na modalidade em que tem cinco títulos mundiais. Após empate em 1 x 1 na prorrogação, gols de Neymar e Meyer, a Seleção derrotou a Alemanha por 5 x 4, nos pênaltis, e sagrou-se campeã do torneio olímpico de futebol.
Além disso, a medalha chega para dar números isolados à melhor participação do país em todas as edições dos Jogos. Com o primeiro lugar do futebol, neste sábado, o Brasil emplaca seis ouros, seis pratas e cinco bronzes, retornando à 13ª posição no quadro de medalhas. Mas, acima disso, ultrapassa as cinco medalhas de ouro de Atenas – maior quantidade até agora – e iguala o número geral de pódios, registrado em Londres-2012, com 17.
A icônica vitória sobre a Alemanha veio com tempo fechado, nuvens carregadas, mas clima quente. A torcida tentou incendiar a partida, mas o primeiro lance de perigo real foi dos alemães, com uma bola na trave, logo aos 10 minutos. Melhor que o Brasil respondeu aos 13, com Luan, porque essa rápida reação foi fundamental para a equipe brasileira se encontrar e dominar as ações. De falta, com Neymar, saiu o gol brasileiro que elevou em muitos decibéis o volume do Maracanã. O camisa 10 bateu com perfeição, e a bola ainda beijou o travessão, antes de entrar: 1 x 0.
A Alemanha não deixou o gol desequilibrar a partida e atacou, de acordo com os seus padrões. De dois cruzamentos na área brasileira, saíram os lances mais perigosos dos atuais campeões do mundo. E, nas duas situações, a bola resvalou na trave.
O segundo tempo começou como o primeiro, com a Alemanha melhor e trocando passes, com o objetivo de abrir um pouco a defesa brasileira. Aos 13, o meio-campo do Brasil perdeu uma bola simples, os alemães encontraram o tal buraco na marcação e saiu o empate, com o camisa 7, Meyer. Era o fim de uma invencibilidade de 503 minutos da Seleção, sem levar gol nos Jogos Olímpicos.
Neymar e Renato Augusto tomaram a partida para si, e o Brasil melhorou muito. Em duas ótimas oportunidades com armação do camisa 10, o time do técnico Rogério Micale quase desempatou. Gabigol preferiu a finalização, em vez de devolver para Neymar, e desperdiçou a primeira. Felipe Anderson demorou a chutar e não concluiu na segunda. Nada que fosse suficiente para tirar o 1 x 1 do placar no tempo regulamentar.
Na prorrogação, Micale, que já havia sacado Gabigol, tirou também Gabriel Jesus, que parecia exausto. Com a entrada de Rafinha Alcântara, o técnico brasileiro armou uma arapuca para os alemães, e ela quase deu certo. Douglas Santos lançou Luan no contra-ataque que o Brasil tanto queria, mas o atacante do Grêmio enrolou demais para finalizar.
A três minutos do fim do primeiro tempo da prorrogação, os mais de 60 mil torcedores resolveram empurrar a Seleção propriamente, mas nada que chegasse a contagiar o time.
Como ainda faltava Felipe Anderson perder um gol, a jogada veio logo no início da etapa final do tempo extra. Neymar – sempre ele – achou o meia brasileiro, que chutou para boa defesa do goleiro Horn. E o placar não saiu do 1 x 1.
Nos pênaltis, as duas equipes acertaram todas as cobranças até a penúltima, quando Petersen perdeu, e Neymar fez o gol da vitória nas penalidades. Pronto, encerrava-se ali o jejum brasileiro no futebol olímpico.
Com uma festa da torcida, digna de Copa, que desde antes de chegar ao Maracanã, provocava mais a Argentina do que a Alemanha, os jogadores se abraçaram num êxtase que também dava a dimensão do que a vitória significou. Enquanto uns choravam, outros pulavam aleatoriamente, e o Maracanã, palco de título alemão no último Mundial, finalmente, viveu uma apoteose verde e amarela.
O futebol, nas Olimpíadas, sempre foi um calo para o Brasil, provocou crise em futuros campeões do mundo, derrubou treinadores precocemente. Entre 1900 (ano da primeira vez que o futebol participou dos Jogos Olímpicos) e 1972 – sete décadas -, mesmo já tricampeão, o Brasil era figurante.
A Seleção só passou a ocupar uma das quatro primeiras posições do Torneio Olímpico de futebol a partir de 1976, em Montreal, com um time que tinha Júnior, Edinho e Batista, e era comandado por Cláudio Coutinho. Mas ainda assim, ficou na 4ª posição, perdendo a decisão do bronze para a antiga União Soviética.
A partir de 1980 o que era raríssimo se tornou comum. Em nove edições – de Los Angeles ao Rio -, o Brasil terminou no pódio em seis. Até hoje, com três pratas e dois bronzes. Até hoje. 
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