O filme maranhense “De Repente Drag” chega aos cinemas de São Luís nesta quinta-feira (4), com estreia que promete agradar a todos os públicos. Dirigido pela Ra­fa­e­la Gon­çal­ves, o longa recebeu elogios na aber­tu­ra do Rio LGBTQIA+ Fes­ti­val de Ci­ne­ma 2022.

Na pré-estreia do longa, em sessão única, nessa terça-feira (2), algumas pessoas aproveitaram a grande tela do cinema para prestigiar a produção maranhense. Para o estudante Jeferson Rast, o filme superou as expetativas colocadas, “amei de verdade a maneira como foi tratada as questões sociais, do mundo drag, que muita gente tem preconceito e não conhece”.

A narrativa tem como trama a história de Julião (Ru­an do Va­le), um repórter de TV que decide mudar os rumos de sua carreira e, em determinado dia, conhece a drag queen Lohanny (Frimes), que está envolvida em um caso de tráfico de pessoas.

O repórter precisa se tornar uma drag e participar de um concurso para descobrir o paradeiro das drags. Julião ainda conta com a ajuda de sua amiga Yasmin (Brena Maria) e de outras pessoas, como a famosa drag Pepita Ruiz (Silvero Pereira), para ajudar nesta jornada.

Ruan do Vale, ator que interpreta o protagonista da trama revelou que um dos desafios enfrentados para viver o repórter Julião foi externar bem a mensagem que o “De Repente Drag” quer transmitir. “Nós estamos fazendo história, mas durante o processo a gente não se dá conta. Só que agora, assistindo esse produto e acreditando que as pessoas vão se divertir muito e aprender através disso, eu estou muito feliz”, relata o ator.

O enredo, filmado em São Luís, com distribuição da Elo Company e produção da Matraca Filmes, propõe sair do senso comum e caricato que personagens LGBTQIA+ costumam assumir em obras com essa temática no Brasil.

Brena Maria, que interpreta a cinegrafista e amiga de Julião, Yasmin, a realização do trabalho é uma vitória. “A construção da personagem durou cerca de um mês, com o preparador de elenco, Hilter Frazão, e foi um desafio muito grande por ser o meu primeiro longa, precisava de uma maior dedicação”, conta Brena.

Crítica sem spoilers

Rafaela Gonçalves mostra que preconceito com a diversidade LGBTQIA+ e com o cinema maranhense devem ser erradicados, o filme traz uma pegada leve capaz de levar entre boas risadas uma mensagem extremamente necessária.

Um ponto muito importante que deixo ressaltado é que o dialeto “maranhês” é o que não falta em “De Repente Drag”, entre gírias e piadas que apenas um bom maranhense entende, a trama vai se desenvolvendo e cativando o público.

Além disso, o excelente trabalho do diretor de fotografia, o francês Roman Lechapelier, te faz lembrar em cenas rápidas toda a beleza e encanto da parte histórica e antiga de São Luís em contraste com a modernidade da capital.

As atuações também entregam muito com personagens que carregam histórias isoladas e conjuntas, dando profundidade a cada um. A artista Frimes, o Ruan do Vale e Brena Maria têm carisma suficiente para levar todo o elenco, mas nem precisam porque todos os atores se garantem como personagens marcantes.

As participações especiais de Silvero Pereira, Tchaka, Emme, Pepita e muitos outros dão um toque especial para o filme, elevando ainda mais o nível de atuação.

Por fim, vale deixar claro que “De Repente Drag” não é só comédia e seu suspense tem um plot twist de deixar qualquer um chocado. Mostrando que produções locais devem ganhar mais destaque na indústria audiovisual, o longa-metragem se torna obrigatório na sua lista de filmes para assistir no mês de agosto.