BUMBA MEU BOI

Mural da Memória começa a ser construído na Liberdade

O homenageado é o mestre Leonardo, um dos fundadores do Boi da Liberdade, de sotaque zabumba

Reprodução

O projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão” inicia uma nova fase neste ano de 2021. Vai construir 10 grandes murais da memória, utilizando a arte do graffiti, em seis cidades maranhenses, para homenagear personalidades que fazem do Bumba meu Boi uma das maiores expressões culturais do Estado. As obras são assinadas pelo artista Gil Leros.

O primeiro grande mural será construído no bairro da Liberdade, em São Luís, desde ontem. O homenageado é o mestre Leonardo, um dos fundadores do Boi da Liberdade, de sotaque zabumba, e também do tradicional Tambor de Crioula do bairro. Pelo seu grande prestígio, a brincadeira é conhecida hoje como Boi de Leonardo.

A confecção dos murais, com a produção também de um documentário sobre o projeto, está prevista para acontecer entre os meses de abril a agosto de 2021. Dos 10 murais, quatro serão na capital maranhense, e os demais em Axixá, Cururupu, Barreirinhas, Guimarães, Viana e São José de Ribamar. A imagem do primeiro mural, de mestre Leonardo, será ‘graffitada’ no Centro de Saúde da Liberdade. Essa nova etapa do projeto “Amo, Poeta e Cantador” é uma realização do Bumba meu Boi da Floresta, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Benfeitoria, e do SITAWI.

O BUMBA MEU BOI DE LEONARDO

Leonardo Martins dos Santos, mestre Leonardo, comandou o Boi e o Tambor da Liberdade por mais de 40 anos. Nasceu em Guimarães, em 06 de novembro de 1921, e morreu em São Luís, no dia 24 de julho de 2004, aos 82 anos. Começou a dançar Boi e Tambor aos 08 anos de idade, mudando-se para o bairro da Liberdade, em São Luís, aos 19 anos. Nessa época, a Liberdade era conhecida como ‘Campina do Matadouro’. Antes de fundar seu próprio grupo, brincou no Boi de Mizico (Hemetério Raimundo Cardoso), na Vila Passos, do sotaque de zabumba. Então, em 1956, Leonardo, ao lado de João Abreu, Popó, Romário, Virício e Sebastião Barbeiro, funda o Boi da Liberdade. Ele era um brincante completo: fazia os próprios instrumentos, indumentárias, compunha e cantava. Um verdadeiro mestre, cujo nome virou símbolo de tradição e deu grande prestígio ao sotaque de zabumba; de tal forma que as brincadeiras da Liberdade passaram a ser conhecidas como Boi e Tambor de Crioula de Leonardo. Após a morte de mestre Leonardo, sua filha mais nova (de um total de cinco), Claudia Regina Avelar Santos, de 55 anos, passa a administra o Bumba meu Boi da Liberdade. Pós-graduada em Saúde Pública, com ênfase em Saúde da Família, Regina Avelar também é gestora administrativa do Centro de Saúde da Liberdade desde 2017.

O PROJETO AMO, POETA E CANTADOR

A manifestação cultural do Bumba meu Boi do Maranhão terá ainda mais representatividade a partir do mês de março. O tradicional Boi da Floresta, de Apolônio Melônio, produzirá, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ‘Murais da Memória’ em seis cidades do Estado, para homenagear cantadores, amos e poetas maranhenses, que detêm o saber sobre a festa, ilustrando os seus rostos em lugares públicos.

O projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão” realizou, entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, uma campanha no modelo Machfunding para angariar recursos para a realização do projeto. Nele, as doações feitas pelos apoiadores foram triplicadas numa parceria entre a Benfeitoria, o BNDES, e o SITAWI Finanças do Bem, havendo a adesão de dezenas de pessoas físicas e jurídicas em todo o Brasil. Pessoas que agora fazem parte desse sonho.

Gil Leros diz que o seu maior anseio, e de toda equipe organizadora do projeto “Amo, Poeta e Cantador”, é promover o reconhecimento às personalidades que fazem do Bumba meu Boi uma das maiores expressões culturais do Estado, atraindo turistas de todo o Brasil e de outras nacionalidades. “Acreditamos, ainda, que o uso da arte urbana do graffiti possa atrair o olhar da juventude maranhense, que, em sua grande maioria, não mantém muito contato com essa manifestação cultural, que é nossa, e precisa ser preservada”, completa.

O ARTISTA GIL LEROS

Gilmartim Meneses da Silva, mais conhecido no meio artístico como Gil Leros, nasceu em Tucuruí (1985), no Pará, e mudou-se para São Luís aos 13 anos. No fim dos anos 90, teve contato com a cultura Hip Hop local, passando à prática do graffiti nos muros da cidade, dando início ao aprimoramento das suas técnicas de pintura e comunicação visual, por meio de atividades voltadas à arte de rua.

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