FÉ E DEVOÇÃO

Lavagem da Igreja dos Remédios abre festejo

Para se preparar para o festejo, hoje, 8, às 19h, a comunidade paroquial, grupos e demais pessoas da igreja se reúnem para fazer a lavagem da igreja

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A secular festa católica de Nossa Senhora dos Remédios, um dos festejos mais tradicionais da capital, no Largo dos Amores (Praça Gonçalves Dias) vai se realizar de 9 a  19 de outubro e este ano traz uma série de cuidados, tendo em vista a pandemia de coronavírus. Este ano o tema “Nossa Senhora dos Remédios, Saúde dos enfermos e consoladora dos aflitos”, faz uma alusão à dor e sofrimento que grande parte da população está vivendo neste ano de 2020 por causa da Covid-19.

Para se preparar para o festejo, hoje, 8, às 19h, a comunidade paroquial, grupos e demais pessoas da igreja se reúnem para fazer a lavagem da igreja, algo que vem sendo realizado há 3 anos no templo, desde que o padre Everaldo Santos Araújo assumiu a paróquia. “Essa lavagem nós nos reunimos enquanto comunidade da igreja para preparar a  Casa para  receber os fiéis e nos prepararmos também para os dias de festejo”, disse o pároco.

As atividades religiosas começam no dia 9 com a alvorada, às 5h30. Em seguida, às 6h30 tem o ofício de Nossa Senhora e às 6h30, a Santa Missa. Às 18h terá o Santo Terço e às 19h a missa de abertura presidida pelo Arcebispo de São Luís, Dom Belisário. A programação segue até o dia 18 com missas diárias presenciais e transmitidas ao vivo pelo canal da igreja no Youtube, chamado Virgem dos Remédios.

No encerramento do festejo serão colocados, na parte externa da igreja, telão e cadeiras para que as missas possam ser acompanhadas com maior segurança pelos fiéis. Na segunda-feira, 19, às 19h, a paróquia fará entrega aos fiéis, durante a missa campal, das rosas abençoadas e que foram dadas para a Santa.

Este ano, por conta das restrições impostas pela Covid-19, não haverá procissão de encerramento, e sim uma carreata. A missa das crianças também foi excluída da programação. E o tradicional largo, desta vez não terá atrações artísticas e acontecerá apenas com a venda de comidas já prontas e embaladas, mas não poderão ser  consumidas no local para que não haja aglomeração. Tudo está sendo organizado, segundo o padre Everaldo, respeitando as restrições de distanciamento, uso de máscara e sem aglomeração. “É assim que nós estamos tentando viver esse tempo. Nós estamos no ano missionário, mas fazemos questão de, no tema  ‘Nossa Senhora dos Remédios, Saúde dos enfermos e consoladora dos aflitos’, dar um destaque muito grande a esse tempo. Perdemos muitas pessoas, pessoas aqui da igreja também, então rogaremos Nossa Senhora nesse momento de dor e sofrimento. Até porque, muitos não sabem, mas a oração Salve Rainha foi escrita em um período também de pandemia, de sofrimento… essa presença de Nossa Senhora junto a seus filhos é muito marcante na vida da gente, e por isso nós escolhemos esse tema”, disse o pároco.

Sobre  a igreja

A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios fica em frente à Praça Gonçalves Dias, no centro de São Luís. A primeira referência ao templo religioso aparece em uma escritura pública datada de 23 de fevereiro de 1719 na qual o superior dos religiosos franciscanos, João da Silva Cutrim, doou ao capitão Manoel Monteiro de Carvalho as terras localizadas na chamada ponta do Romeu, onde se comprometeu a construir uma ermida.

O festejo de Nossa Senhora dos Remédios já foi uma das festas mais aguardadas pela sociedade maranhense e, principalmente, por sua juventude aristocrática. Era a oportunidade perfeita para expor novas vestimentas ao estilo europeu e flertar com possíveis pretendentes. “Eram três dias de ruidosa alegria, a que não faltavam fartas comesainas, barracas da sorte, leilões de prenda, balões de papel colorido soltos entre a bulha festiva da meninada, palmeiras ariri, de onde pendiam lanterninhas, chinesas e luminárias, cadeiras no passeio do largo, e, como rebate obrigatório, o flirt de moçoilas cruelmente espartilhadas e afundadas num ror intérmino de anáguas e saias, com o rapazio despreocupado caquilho e feliz, ardendo em chamas de românticas aventuras”, escreveu Domingos Vieira Filho, em Breve História das Ruas e Praças de São Luís (Edição AML, 2017).

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