As músicas folclóricas e instrumentos característicos da cultura persa ecoaram na noite da última quinta-feira (20) no Teatro Alcione Nazaré, em São Luís.

No show do grupo iraniano Navaye Mehr Band os sons tradicionais também se misturaram às batidas maranhenses na apresentação que contou com a participação do cantador do bumba meu boi Ribinha de Maracanã. 

Uma das curiosidades da noite foi a apresentação do daf, instrumento semelhante aos pandeirões utilizados por grupos de bumba meu boi no estado. “Não conhecia e achei curioso perceber as semelhanças com os pandeirões de grupos de bumba meu boi da ilha e da baixada, estou surpreso isso só mostra como são complexos os processos culturais”, disse o professor e antropólogo Aldaberto Rizzo. 

O grupo existe há mais de 15 anos e já esteve no Brasil no ano passado. Este ano a turnê chegou ao Maranhão e além do show realizado pelos três integrantes da banda – Mahdi Ayougi (percussão), Elahe Hosseinpur (Tonbak), Hassan Etebari (Taar e vocal) -, a passagem pelo estado também incluiu uma oficina de noções sobre a música tradicional persa e seus instrumentos, também gratuita realidade no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. 

Mahdi Ayougi falou da satisfação de estar no Maranhão e da troca de experiências com músicos maranhenses. “É a quarta vez que estamos no Brasil e apesar da distância com o Irã, esse é um povo muito familiar, pela alegria, hospitalidade, especialmente a do nordeste, estamos muito felizes”, contou. 

A vinda da banda ao Brasil foi viabilizada pelo apoio do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), à Embaixada do Irã em Brasília, responsável pela turnê do Navaye Mehr music Band no país.”Esse show é muito importante para que façamos esse intercâmbio entre as culturas, entre os conhecimentos, as linguagens”, afirmou o secretário de Cultura Anderson Lindoso. 

“O Governo do Estado resolveu apoiar a vinda desse grupo que estava em turnê no Brasil justamente para permitir aos nossos fazedores de cultura esse contato, afinal a cultura é uma linguagem universal e capaz de agregar pessoas do mundo inteiro”, completou Lindoso. 

O percursionista Luís Cláudio, responsável pelos contatos com o grupo, falou do interesse dos músicos locais nesse tipo de intercâmbio. “Trazer opções de outros lugares é um ganho cultural, pois há troca de cultura, de hábitos, e a musica tradicional persa é milenar e deu origem a muitos outros ritmos e instrumentos utilizados no mundo todo”, destacou.

A produção local do show foi da Pegada Produções e o evento faz parte da programação de lançamento do estúdio e selo discográfico Zabumba Records.