DE VOLTA

Depois de um período de esquecimento, os LPs voltam ao mercado

Em Brasília, os discos estão nas feiras, em festas, nas lojas e entre colecionadores de várias idades

Vinil
O disco de vinil teve seu auge entre os anos 1960 e 1980, depois perdeu espaço com a chegada do CD. Mas o hábito de ouvir o long play, o conhecido LP, aos poucos tem voltado a fazer parte da rotina dos amantes de música. Artistas novos lançam no formato, DJs adotam o vinil nas picapes e cada vez mais lojas e feiras são criadas para comercializar o bolachão. Tudo isso resultou num crescimento do consumo de LPs, que, no ano passado, depois de 27 anos, conseguiu atingir 14% da arrecadação física, que envolve vinis e CDs, e conquistou US$ 315 milhões, segundo dados da Recording Industry Association of America (RIAA).
O retorno do consumo e do fascínio dos LPs tem raízes em alguns fatores. O primeiro deles é a nostalgia. “Daquelas que viveram para aquelas que não viveram, mas se encantam com o fato de consumir algo de um período que não é o seu”, explica Lima Neto, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em cultura pop. Ele também aponta a questão da representação física do LP. “Quando se fala em disco, tem-se uma ficha técnica completa do artista em cada faixa, há também a construção gráfica da capa, que afeta o olhar. É uma sensação que está além do auditivo”, comenta.
No entanto, o fator mais comentado, e até certo ponto mais polêmico, está relacionado a qualidade sonora das faixas dos LPs. “Por ser uma gravação analógica, o som é muito mais grave. Diferentemente dos CDs e de formatos digitais, o vinil não tem o som dos instrumentos chapados porque cada um é gravado em um canal diferente”, define a DJ Lu Duanny.
Hobbie familiar
Luciana Duanny, 32 anos, é daquelas fãs de vinil pela influência dos pais. Ela cresceu ouvindo discos em casa. “Nunca faltaram vinis e boas vitrolas lá em casa. Tenho a lembrança de que eu sempre gostava de ouvir e ficava prestando atenção”, conta. Na adolescência, a mania perdeu espaço, mas, quando se tornou DJ, voltou a adquirir os discos e a paixão pelo LP recomeçou.
Lu Duanny, como é mais conhecida, também está há quatro anos à frente do projeto Discotecários, em que prioriza o vinil. “Quando comecei a tocar não era muito comum, só tinha a galera do Criolina. Mas eu tinha que levar esse encantamento da minha vida para o meu trabalho. Não é só tocar uma música, o vinil abraça os ouvidos e tem a raridade. Algumas músicas só estão em vinil e isso é tocante”, complementa.
 
 
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