ATENÇÃO

O Brasil tem estrutura para crianças com altas habilidades?

Crianças superdotadas, geralmente, apresentam a marcar de 130 nos testes de QI.

Crianças brasileiras com altas habilidades têm dificuldades para conseguir educação especializada e acompanhamento especial, o que pode prejudicar o seu desenvolvimento. (Foto: Divulgação)

A superdotação consiste em habilidades intelectuais fora da média da sua idade, geralmente ela é medida através de testes de QI, que em crianças quando se marca 130 pontos ela  passa a ser considerada superdotada.

No entanto, ainda há debates entre psicopedagogos e neurocientistas acerca da sua real natureza, seriam as altas habilidades medidas apenas pelo “Quociente de inteligência” ou estaria presente em habilidades mais específicas?

Em uma recente reportagem da BBC News Brasil, esse tema foi abordado mostrando mais sobre a realidade de crianças superdotadas no Brasil e trouxe luz à discussão sobre os incentivos governamentais à educação especial para esse público.

Como a educação brasileira trata as crianças superdotadas?

Segundo a legislação brasileira, as crianças superdotadas têm direito a serem incluídas em programas de inclusão educacional, uma espécie de ensino diferenciado, voltado para crianças com deficiências ou altas habilidades cujas necessidades não são supridas pelo sistema educacional  tradicional.

Esse apoio especial deve estar, por lei, presente na educação pública e privada, entretanto, esse modelo só deve ser implantado nas escolas que contarem com os recursos necessários, uma realidade ainda distante das instituições públicas de ensino.

Crianças superdotadas no sistema educacional

Em entrevista à BBC, Ygor Ribeiro, pai de Theo Costa Ribeiro, paulistano de seis anos com altas habilidades, relatou o processo de descobrimento da superdotação de Theo e o descaso do sistema educacional público.

Na tentativa de facilitar o adiantamento das séries de Theo, a família entrou em contato com o Ministério da Educação (MEC), que não respondeu aos seus contatos.

Em outro caso, Nicolle de Paula Peixoto, de oito anos e também com altas habilidades, foi aprovada em uma escola federal do Rio de Janeiro, no entanto, o sistema de ingresso dificultou o avanço de Nicolle para séries superiores.

Mesmo com as dificuldades de inserção no sistema de educação especial, ambos conseguiram ingressar na Mensa, uma das maiores sociedades de alto QI do mundo que integra jovens com altas capacidades.

A importância da assistência para o desenvolvimento de crianças superdotadas

As crianças com altas habilidades possuem uma capacidade de assimilar conteúdos novos muito superior às outras crianças da sua idade.

O resultado disso é que facilita aprender matérias acima da sua faixa etária, o que faz com que o sistema tradicional de ensino não consiga acompanhar a evolução desse tipo de crianças.

Isso torna o acompanhamento especializado essencial para estimular as altas habilidades e oferecer assistência à saúde mental das crianças, como contra o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, PhD em neurociências e assessor de Theo e Nicolle.

“O acompanhamento favorece para que a criança possa aproveitar o melhor de si, fora os outros diversos benefícios que quando se descobre que tem alto QI pode ter, desde a consciência da inteligência, às bolsas, sociedades, adiantamentos diversos entre outras vantagens”, nnfatiza Dr. Fabiano.

“Meus pais são de família européia que só trabalhavam. Fui criado com irmãs, babá e empregadas. Nunca fui questionado, averiguado ou incentivado e isso fez com que eu abandonasse a faculdade, para voltar apenas bem mais tarde”, conta.

Não me arrependo de nada na vida, mas poderia ser diferente. Hoje, na corrida contra o tempo, recupero meus estudos como se o mundo fosse acabar amanhã, por isso, quero fazer diferente com quem posso ajudar”, finaliza.

Apesar de a legislação brasileira reafirmar o direito ao amparo educacional a crianças superdotadas, na prática ainda há vários problemas na identificação e encaminhamentos de crianças com altas habilidades para centros de educação especializada.

Em toda realidade social, o resultado disso pode prejudicar o acompanhamento especializado, essencial para um bom desenvolvimento de altas habilidades em uma fase tão delicada quanto a infância.

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