EDUCAÇÃO

Dia do professor: Ensino que ultrapassa a sala de aula

Neste 15 de outubro, falamos da adaptação do professor no cenário de aulas online e salas virtuais, realidade que veio com a pandemia do novo coronavírus

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O 15 de outubro marca o Dia do Professor. Na Grande Ilha o feriado foi antecipado para a última terça-feira, dia 13, mas O Imparcial rende hoje a homenagem a esses profissionais de uma vida toda, que formam o cidadão não só intelectualmente, mas socialmente.

Neste ano de pandemia, em que a vida de toda uma população foi modificada, também mudou a vida do professor, que guardadas as devidas proporções, teve que se adaptar a uma nova forma de ensino: a virtual.

Há cerca sete meses, desde que começou o isolamento social no Brasil, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, muitos professores estão afastados das escolas, mas não de sua função, pois eles continuam contribuindo com a aprendizagem e o desenvolvimento de seus alunos ainda que à distância.

O cenário novo para toda a comunidade escolar, exigiu estudo, aprendizado, dedicação, criatividade, reinvenção para continuar a realizar um trabalho de formação de crianças e jovens, futuros cidadãos.

O professor de Matemática do ensino fundamental 2, Ewerton Bruno Guimarães Machado falou de reconhecimento e valorização da profissão que forma todas as outras. E garantiu que mesmo que por um dia, é gratificante. “O fato de você ser reconhecido todos os anos, mesmo que seja um dia, mesmo a classe não sendo valorizada, é gratificante. Neste ano atípico que sejamos mais reconhecidos e mais valorizado do que antes, agora que muitos pais viram com os filhos em casa as dificuldades que os professores enfrentam para passar conhecimento para seus filhos. Digo que há males que vem para o bem, pois essa pandemia mostrou para os pais a grande responsabilidade que temos. Muitas vezes somos pais, psicólogos, ensinamos valores e isso a criança leva para o resto da vida”, disse o professor.

Desde que as aulas presenciais foram suspensas eles estão realizando seu trabalho virtualmente e superando desafios para que isso ocorra, pois sempre tiveram a presença dos estudantes em sala de aula para ensinar. Ewerton leciona há 10 anos diz que por ter conhecimentos em tecnologia e utilizá-la em seu trabalho, teve uma rápida adaptação ao novo cenário, mas para tornar o aprendizado da matemática atrativo teve que aprender e aprofundar novas ferramentas. “Se na sala para chamar atenção desses alunos é difícil, imagina online, e sem saber o que esses alunos estão fazendo por trás da câmera, porque muitos assistem com a câmera desligada. Assim, fui usando a criatividade, buscando possibilidades na ferramenta da sala virtual. Tive o retorno positivo de muitos, não de todos porque tem a questão do acesso à internet e também muitos pais não tinham como dar suporte para os filhos, pois muitos já haviam retornado ao trabalho.  Não é fácil”, comenta.

Se na sala para chamar atenção desses alunos é difícil, imagina online

Parceria com os pais foi o diferencial

Além das aulas on-line foi preciso que deixassem as aulas gravadas e as transmitissem através de recursos digitais, para que os alunos assistissem posteriormente. Também tiveram que passar atividades para fossem feitas a distância. Precisaram alterar todo o plano de aula para adaptá-lo ao ensino remoto, elaborar estratégias pedagógicas para motivar os alunos a estudarem em casa e buscar formas de orientá-los e tirar dúvidas, para ser efetivo o processo de ensino e aprendizagem remoto.

Além disso, os professores têm oferecido suporte aos pais para apoiarem a aprendizagem de seus filhos em casa, trabalhando em conjunto e estabelecendo uma relação de proximidade. “A aprendizagem depende muito do professor e claro do retorno dos alunos, mas um outro fator primordial é a participação dos pais. Nos primeiros meses foi bem complicado o retorno dos alunos, a questão da internet, adaptações deles, dos pais. Tive que passar para eles que eles deviam encarar essas aulas, como se fossem presenciais, porque eles teriam mais recurso ainda, com aulas gravadas. Mas para isso eu precisaria alcançar os pais. Se o filho não está estudando, eu precisava saber através dos pais. Conversei com os pais pelo telefone para falar da situação de cada aluno, das dificuldades, buscar essa parceria com os pais. Muitos já estavam em seus trabalhos e ficavam sem acompanhar os filhos e a gente sabe que é preciso esse acompanhamento. Tudo que está a meu alcance eu estou fazendo”, disse Ewerton Bruno.

Desafio

Não só para Bruno, mas para todos os professores que vivenciaram esse novo cenário, o maior desafio foi conseguir motivar o aluno a assistir aula, a manter o ritmo. Assim, nesse 15 de outubro, o profissional pede reconhecimento e valorização. “Muitos precisaram viajar, outros não tinham internet, outros tiveram desinteresse, houve ainda que não conseguisse se adaptar às aulas virtuais. Mas acho que essa data deve comemorada com novas oportunidades para todos professores. Pais e familiares presenciaram o esforço que nós, professores, temos, pois muitos passaram a assistir as aulas, viram como era o ensino, o que antes não era possível, e jogavam a culpa pelo insucesso do filho na escola no professor. Agora começaram a dar valor. Este ano, um dia do professor diferente, desejo que de agora em diante sejamos mais valorizados, e que pais e responsáveis passem a nos enxergar de maneira diferente, pois ensinamos seus filhos que vão se tornar cidadãos e profissionais daqui a alguns anos”.

A aprendizagem depende muito do professor e claro do retorno dos alunos

O Dia dos Professores foi criado para refletir sobre os problemas da profissão e a prática docente de modo geral, para garantir melhores condições de trabalho. A ideia surgiu em 1947, pelo educador Salomão Becker, que propôs uma reunião entre a equipe do colégio em que lecionava para discutir essas questões, e com o tempo foi crescendo e sendo aderida por diversas escolas, até que se tornou feriado escolar de acordo com o Decreto Federal nº 52 682, de 14 de outubro de 1963.

Pais e familiares presenciaram o esforço que nós, professores, temos, pois muitos passaram a assistir as aulas, viram como era o ensino, o que antes não era possível, e jogavam a culpa pelo insucesso do filho na escola no professor

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