ECONOMIA

Comércio registra queda real de 56% nas vendas por conta da crise

No Maranhão, com ajuste sazonal, o índice de volume de vendas ficou na casa de -5,1%

As famílias de maior renda sentiram maior pressão do grupo ‘transportes’ refletindo os aumentos dos combustíveis. Foto: Divulgação)

Provavelmente, porconsequência da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil, apenas o setor supermercadista e dos produtos do  setor de farmácia apresentaram crescimento no que concerne ao volume de vendas no mês de março deste ano no Brasil e também no Maranhão.

A comparação foi com base no mês anterior, fevereiro, e faz parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que  produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no País.

Ajuste sazonal

No Maranhão, com ajuste sazonal, o índice de volume de vendas ficou na casa de -5,1%, praticamente o dobro da média Brasil, que foi de -2,5%. No mês anterior, fevereiro/2020, esse indicador de mesma base temporal, também apresentou recuo de 0,6%, o que praticamente anulou o ocorrido em janeiro, quando houve aumento de 0,6% no volume de vendas.

Em relação ao mesmo mês do ano de 2019, no Maranhão, em março/2020, sem ajuste sazonal, foi detectado recuo no volume de vendas na casa de 4,0%, praticamente revertendo os aumentos observados nos dois primeiros meses do ano nessa base de comparação: em janeiro/2020, comparado com janeiro de 2019, o aumento nas vendas foi de 2,6%, e na comparação fevereiro/2020 com fevereiro/2019, deu-se o mesmo percentual de expansão: 2,6%.

Ainda de acordo com a pesquisa, o volume de vendas de janeiro a março deste ano, em relação ao mesmo período de 2019, apresentou uma elevação de 0,4%, contudo, um crescimento menor do que o ocorrido no Brasil, que apresentou  +1,6%.

No Brasil

No Brasil, o volume de vendas do comércio varejista foi de -2,5%, depois de um leve aumento em fevereiro, na ordem de 0,5%. Dos oito grupos de atividade de comércio varejista tradicional investigados, apenas dois apresentaram crescimento no volume de vendas: hipermercados/supermercados/produtos alimentícios/bebidas/fumo, +14,6%, e artigos farmacêuticos/médicos/ortopédicos/perfumaria/cosméticos, + 1,3%. Os dois grupos de despesas que apresentaram maiores quedas foram: tecidos/vestuário/calçados, -42,2%, e livros/jornais/revistas/papelaria.

Vendas encolhem 56% no faturamento

A expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), era de que a a crise provocada pelo novo coronavírus acarretasse uma queda histórica do volume de vendas no varejo, no Dia das Mães deste ano. Em comparação com o ano passado, a entidade estimou um encolhimento de 59,2% no faturamento real do setor na data, considerada o Natal do primeiro semestre pelo comércio e a segunda mais importante no calendário varejista brasileiro.

Um levantamento da Boa Vista, com abrangência nacional, mostrou que as  vendas do comércio para o Dia das Mães recuaram 41% em 2020, em comparação a 2019.  Essa baixa reforçou o cenário de vendas fracas no varejo devido às restrições impostas pela Covid-19. Em 2019 as vendas haviam subido 1,7%. As perdas mais expressivas se concentraram nos segmentos varejistas especializados na venda de itens não essenciais

O fechamento do comércio não essencial e que era relevante para a data, como lojas de vestuário, cosméticos, eletrodomésticos, móveis e eletroeletrônicos e as medidas de restrição à circulação de pessoas, limitaram as possibilidades de compra dos consumidores.

De acordo com estudo da CNC, as perdas diretas impostas ao comércio pela crise provocada pelo novo coronavírus chegaram a R$ 124,7 bilhões após sete semanas do surto da doença (de 15 de março a 2 de maio). O valor representa um encolhimento de 56% no faturamento do varejo, em relação ao período anterior ao início da pandemia.

O economista da CNC responsável pelo trabalho, Fabio Bentes, explica que a intensificação de estratégias alternativas, como e-commerce, m-commerce, vendas por aplicativos de redes sociais, serviços de delivery e drive-thru, contribuiu para que as perdas se dessem de forma menos intensa. “Contudo, não foram suficientes para impedir o acúmulo de novos resultados negativos ao longo de todo o mês de abril”, pondera o economista.

Contudo, não foram suficientes para impedir o acúmulo de novos resultados negativos ao longo de todo o mês de abril

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