BASTIDORES

Universidades ameaçadas

A discussão mais urgente neste momento no Brasil, mergulhado numa crise sem precedentes, é defender a Universidade Pública dos ataques de todos os lados, dos que deveriam no governo Bolsonaro zelar pela magnitude de sua importância. A ideologia ultraconservadora de direita está invadindo, de forma escancarada, os campi universitários. Com a invasão, o desmonte de […]

A discussão mais urgente neste momento no Brasil, mergulhado numa crise sem precedentes, é defender a Universidade Pública dos ataques de todos os lados, dos que deveriam no governo Bolsonaro zelar pela magnitude de sua importância. A ideologia ultraconservadora de direita está invadindo, de forma escancarada, os campi universitários. Com a invasão, o desmonte de seus programas sociais de acesso popular, cortando orçamentos, impondo restrições, desvalorizando a cultura e fechando os espaços para manifestações que fujam ao controle do direitismo oficial.

Para o governador Flávio Dino, usar critérios ideológicos, e não técnicos, para cortar recursos de Universidades “fere a regra constitucional da autonomia universitária (art. 207 da Constituição)”. Ele acrescentou: “Ou haverá novo recuo, ou nova derrota no Judiciário. Lamentável tanta confusão”.

Mais de 260 juristas assinam manifesto em defesa da universidade pública e da Constituição. Os juristas chamam a atenção para o fato de que “em toda ação política autoritária logo se instala o horror à crítica e à reflexão, exatamente na afronta ao campo cultural e à educação”. O documento finaliza acentuando a defesa dos princípios fundamentais da educação no Estado Democrático de Direito e intensifica a crítica às ações do governo Bolsonaro: “As ditaduras e o autoritarismo se valem da violência, primeiro contra a palavra, a censura; depois contra o corpo, a tortura. Logo se increpam contra o protagonismo político”.

Em artigo no jornal Le Monde Diplomatique, o professor Fernando José Martins, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), diz que universidade implica universalidade. Isso tem significados tão plurais quanto o próprio conceito. É justamente em função da universalidade que não se pode admitir proposições contra o vigor do debate e da participação no âmbito dos campi. “A universidade é o espaço do contraditório e do pensamento crítico. Qualquer raciocínio crítico percebe que o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação não são neutros”, analisa.

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