Vazadouros e vazados

Os vazamentos de delações de implicados no rumoroso caso da Lava-Jato foi o assunto mais quente da semana passada. Do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, aos ex-presidentes FHC, Lula e Dilma Rousseff, sem falar na discussão dentro do Congresso sobre o que fazer com o crime. Os vazamentos, que ocorrem desde o […]

Os vazamentos de delações de implicados no rumoroso caso da Lava-Jato foi o assunto mais quente da semana passada. Do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, aos ex-presidentes FHC, Lula e Dilma Rousseff, sem falar na discussão dentro do Congresso
sobre o que fazer com o crime. Os vazamentos, que ocorrem desde o processo do mensalão, tornaram-se a regra e também preocupação geral. Alimentou até um acalorado bate e rebate entre o procurador -geral da República, Rodrigo Janot, e Gilmar Mendes, alvo de pesadas críticas em linguagem pouco usual na liturgia do poder.

Também o presidente Michel Temer entrou na encrenca dos vazamentos. Na última sexta-feira, por seus advogados, ele peticionou ao TSE pedido de anulação das delações da Odebrecht, onde seu braço direito Eliseu Padilha é acusado de organizar um esquema de propinas. Tudo devidamente vazado do processo da Lava-Jato. O argumento de
Temer: o ministro Herman Benjamin, relator da matéria no TSE, decidiu convocar os colaboradores “sem requerimento de qualquer das partes e do Ministério Público” e fundamentou a ação em indicativos extraídos da mídia escrita, “resultado de vazamento ilegal das informações”.

Lula, por sua vez, orientou a bancada do PT na Câmara que entre na briga pela aprovação da lei que pune abusos de juízes e integrantes do Ministério Público. “Todo mundo está com medo. A sociedade está com medo. Tem gente que não sai na rua com medo”, afirmou ex-presidente.
Em uma das gravações da Lava-Jato vazadas em 2016, o senador Renan Calheiros foi flagrado dizendo ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que considerava necessário alterar a lei que trata da delação premiada.

Na Câmara, o tema é tão quente, que nada menos do que oito projetos visam mudar as regras das delações e como punir quem as vaza, na maioria das vezes, de forma seletiva para atingir determinados políticos ou partidos. Diante da importância do tema “delação”, que tornou um
inferno a vida dos políticos com e sem mandato, nem precisa ser adivinho para concluir que, de uma forma ou de outra, as delações e seus vazamentos são prioridades no Congresso e no governo, para estancar a fanfarra.

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