Tucanos desaninhados

O PSDB maranhense está formalmente extinto. Nem diretório regional, nem comissão provisória. Com a chegada do senador Roberto Rocha há dois meses, o então presidente Tasso Jereissati baixou um ato individual, de intervenção no diretório do Maranhão. Em seguida nomeou o senador Roberto Rocha presidente da Comissão Provisória, com o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, […]

O PSDB maranhense está formalmente extinto. Nem diretório regional, nem comissão provisória. Com a chegada do senador Roberto Rocha há dois meses, o então presidente Tasso Jereissati baixou um ato individual, de intervenção no diretório do Maranhão. Em seguida nomeou o senador Roberto Rocha presidente da Comissão Provisória, com o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, na secretaria geral. Foi Madeira quem pediu a intervenção, passando uma rasteira em Carlos Brandão, vice-governador, alegando que o PSDB estava sendo
manipulado por Flávio Dino, do PCdoB.

Desde sua criação, o ninho tucano maranhense nunca havia passado por tamanhas reviravoltas em tão pouco tempo. Depois da intervenção em outubro, na última terça- feira, em decisão igualmente surpreendente, a direção nacional do PDSB extinguiu a tal comissão provisória. Hoje o partido inexiste em solo maranhense. Roberto Rocha e Madeira terão que se submeter a uma eleição sem data. A decisão é do presidente nacional provisório, Alberto Goldman, colocado pelo então presidente afastado Aécio Neves.

O ninho tucano virou um autêntico samba do crioulo doido. A convenção regional seria realizada no dia 11 passado, mas, como estava sob intervenção, não a realizou. Agora, a cobra está fumando no diretório nacional entre o prefeito João Dória, o senador José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Dória teria desistido de concorrer à Presidência da República em 2018, pressionado pela cúpula do partido. “Vendido” como candidato anti-Lula, ele se perdeu na primeira curva da trajetória, marcada por traição a seu criador Alckmin e ambição política desmedida.

Com a imagem dissolvida e sua peregrinação pelo país sem deixar rastro de uma candidatura competitiva, Doria estaria se reprogramando para disputar o governo de São Paulo em 2018. Porém, mais uma vez, ele topa nos caciques do PSDB. Enquanto ele percorria o país, o senador José Serra se preparava para suceder Geraldo Alckmin, com o apoio do presidente interino do PSDB, Alberto Goldman. Quanto
à disputa da presidência, o nome posto hoje é Geraldo Alckmin, enquanto Dória terá que seguir tentando repaginar sua imagem, como fez com a grafitagem dos muros de São Paulo, que logo a chuva se encarregou de dissolver.

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