Posições controversas
Atrás e ao redor do ex-presidente José Sarney gravita uma legião de admiradores que o seguem cegamente. São os que levam vantagens da proximidade e os desinformados que o consideram a expressão máxima da política até maior do que o próprio Maranhão, que ele mandou e comandou por meio século. De todos os oligarcas que […]
Atrás e ao redor do ex-presidente José Sarney gravita uma legião de admiradores que o seguem cegamente. São os que levam vantagens da proximidade e os desinformados que o consideram a expressão máxima da política até maior do que o próprio Maranhão, que ele mandou e comandou por meio século. De todos os oligarcas que dominaram o Maranhão, José Sarney foi o maior, mais duradouro,
mais poderoso, mais intelectualizado e o mais competente. Por isso, a claque continua firme, torcendo contra qualquer projeto de governo que contrarie Sarney. É a ideologia da centralização da riqueza maranhense em mãos de uma minoria, mesmo pregando desenvolvimento social, que não chega aos grotões da pobrezona esparrada.
É inimaginável um político com tanto poder no Brasil não conseguir, durante tantos anos de mando, tirar o Maranhão da condição de estado mais pobre do país, mesmo com o maior potencial econômico, turístico, cultural, geográfico e até hidrográfico do Nordeste. E, apesar de tudo isso, o sarneísmo continua a enfeitiçar tantos seguidores, até os mais miseráveis que nunca tiveram qualquer oportunidade. Para essa população, nada mudou desde 1965, época dos discursos inflamados de Sarney contra o estado deplorável que herdou de outras oligarquias igualmente perversas.
Em 2003, fim do governo Roseana Sarney, que sucedeu João Alberto, que substituiu Edison Lobão, sucessor de Epitácio Cafeteira, a Fundação Getúlio Vargas publicou o índice de pobreza do Brasil, tendo por base o censo de 2000. Mostrou o Maranhão com 68,75% de famílias em situação de pobreza absoluta. O pior índice do Brasil e com o maior
número de pessoas miseráveis. Centro do Guilherme, na época, tinha 95,32% de sua população vivendo com menos de R$ 80 por mês. Em 2012, a posição do Maranhão não melhorou, continuou com o pior índice do Brasil. Das 10 cidades com menor IDH, quatro estavam no Maranhão.
Agora, em 2017, com Flávio Dino rompendo apenas três anos de mandato à frente do governo, Sarney e suas mídias tentam transformá-lo no mais incompetente, por não ter conseguido fazer o que ele, sua filha e seus comandados não conseguiram em 50 anos: “Construir o Novo Maranhão”. Mesmo assim, uma legião de admiradores e deserdados do poder tentam desconstruir a imagem de Flávio Dino, por ser comunista, ou por ter derrotado o sarneísmo pela via democrática do voto. É o jogo da tentativa de retorno em 2018, com o mesmo discurso de 1965.