Papos sem cabeça

Os políticos estão zanzando por todos os recantos do Maranhão, antecipando a campanha eleitoral que terá apenas 52 dias. Até por onde não anda ninguém, eles andam. Desde que tenha alguém que vota. Lugares distantes onde a manhã acorda cedo e a noite dorme de olhos abertos e barriga roncando.É a pré-campanha eleitoral. Os primeiros […]

Os políticos estão zanzando por todos os recantos do Maranhão, antecipando a campanha eleitoral que terá apenas 52 dias. Até por onde não anda ninguém, eles andam. Desde que tenha alguém que vota. Lugares distantes onde a manhã acorda cedo e a noite dorme de olhos abertos e barriga roncando.É a pré-campanha eleitoral. Os primeiros
encontros manhosos,tipo“namoro ou amizade?”.Política matreira que precisa ser manhosa para conhecer a alma do eleitor.O caboclo desconfiado, arredio, mas franco no dizer o que pensa.

Roseana Sarney viajou no fim da semana passado para a Baixada Maranhense. Foi e veio sem fazer barulho. A região é considerada a mais pobre do Maranhão. E não é especulação. Em 2017, o IBGE revelou em pesquisa que a miserabilidade social contínua permanece grudada em 396 mil pessoas. Isso, na miséria absoluta. Roseana governou o Maranhão por 14 anos e deve conhecer mais do que ninguém os números sobre a condição social de seus eleitores. Talvez não conheça a mágica que faz uma família sobreviver com até meio salário. Pouco mais de R$ 400 mensais.

Debater isso deveria ser o papo cabeça não só de Roseana, mas também de Flávio Dino, Roberto Rocha e Maura Jorge. Afinal, eles querem governar o Maranhão. Um papo cabeça improvisado poderia fornecer mais elementos dessa incrível matemática financeira da miséria. Qual a estratégia de não morrer de fome com renda tão diminuta? Ao invés
de buscar resposta para perguntas essenciais, os políticos gastam tempo e recursos se acusando – um apontando com o dedo sujo a sujeira do outro. Mas ninguém quebrou o paradigma. O de Maranhão ter o maior potencial do Nordeste e não conseguir deixar de ser o estado mais pobre da região mais pobre do Brasil.

O eleitor está cansado – demasiadamente cansado de ouvir mentiras. Conversa para boi dormir. De conversa oca. Em 2018, ele quer um “papo cabeça” com os candidatos. Se o Maranhão tem tanta riqueza nas mãos de tão poucos, por que tantos milhões de maranhenses não têm nada? Se ninguém, em nenhum lugar, evolui sem ensino de qualidade, por que o Maranhão está cheio de escolas de taipa, só agora transformadas em escolas decentes? Como matar a fome do povo se esse povo não tem escola que o ensine a mudar o padrão de vida? O eleitor quer ouvir dos candidatos respostas para essas e tantas outras perguntas que os
políticos sempre escamoteiam. São respostas que dizem respeito à vida de quem mora bem longa da Península da Ponta d’Areia em São Luís.

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