O rombo da sonegação

O ano está acabando e o recesso parlamentar, chegando. Por isso, a tensão aumenta na relação entre o Palácio do Planalto, as casas do Congresso e o desapear do PSDB da Esplanada. Entre tilintar de garfos em infinita sucessão de jantares e almoços oficiais, pagos por nós contribuintes, e pauta da reforma da Previdência é […]

O ano está acabando e o recesso parlamentar, chegando. Por isso, a tensão aumenta na relação entre o Palácio do Planalto, as casas do Congresso e o desapear do PSDB da Esplanada. Entre tilintar de garfos em infinita sucessão de jantares e almoços oficiais, pagos por nós contribuintes, e pauta da reforma da Previdência é o prato cheio. A comilança tem sido o principal argumento para atrair deputados e senadores irresolutos sobre a votação das reformas de Michel Temer.

O único papo que não rola nas lautas mesas de comes e bebes é como cobrar e receber a gigantesca dívida da Previdência que soma meio trilhão de reais, o triplo do tão badalado rombo nas contas do INSS. A maior parte dessa dívida está concentrada nas mãos de poucas empresas ativas, como Bradesco, Marfrig, JBS, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Vale, Bradesco, Correios, etc. Somente 3% das companhias respondem por mais de 63% da dívida previdenciária.

De acordo com dados da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o total exato chega à babilônica soma de R$ 426 bilhões. Mas, pelo visto, o governo não quer nem saber desse montante, difícil de receber. O que considera mesmo é aprovar a reforma e tentar melhorar a imagem, agradar o mercado e chegar a 2018 como o presidente reformista. Atuando na contramão da política, a mesma PGFN fechou o terceiro trimestre de 2017 com a recuperação de R$ 4,2 bilhões, um crescimento real de 23% em relação ao mesmo período de 2016 — R$ 3,4 bilhões recuperados.

O órgão informa que, em consideração ao período de janeiro a setembro, foram recuperados pouco mais de R$ 12 bilhões
— valores referentes aos créditos tributários e não tributários da União, previdenciários e de FGTS —, que representam 18% de crescimento real comparado aos R$ 10,2 bilhões de 2016. Mas o que chama mesmo a atenção é que a JBS está totalmente encalacrada na Lava-Jato, com seus proprietários e executivos presos. E também dezenas de parlamentares que se juntam ao redor das mesas do Jaburu e residências oficiais de Brasília para debater a reforma. Muitos são devedores, e não negam.

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