Mentiras de pernilongas
O velho dito popular “Mentira tem pernas curtas”, em forma proverbial aguda e sem autoria definida – de tanto uso geral –, hoje não faz mais sentido. A mentira nos dias atuais, em que a internet virou o mundo da comunicação de cabeça para baixo, nem precisa de pernas longas ou curtas para se propagar. Está sendo desmoralizada na primeira […]
O velho dito popular “Mentira tem pernas curtas”, em forma proverbial aguda e sem autoria definida – de tanto uso geral –, hoje não faz mais sentido. A mentira nos dias atuais, em que a internet virou o mundo da comunicação de cabeça para baixo, nem precisa de pernas longas
ou curtas para se propagar. Está sendo desmoralizada na primeira esquina, se alguém resolver usá-la. As mentiras que fazem história e estória percorrem o mundo em fração de minutos, no formato de notícia falsa, já americanizada,como quase tudo no Brasil, co mo fake news.
As notícias falsificadas estão em toda parte. Em pleno período eleitoral no Brasil, com as candidaturas começando a parte de registro convencional, elas estão mostrando que podem construir capítulos à parte na política e nos resultados das urnas. Podem até colocar em risco a democracia. Foi assim nos Estados Unidos, pai da internet e de seus derivativos,e assim será no Brasil, com incrível potencial de influenciar
tendências, desinformar e interferir nos resultados eleitorais.
Ontem, por exemplo, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman, acusou o jornalista do Globo Lauro Jardim de “fake news”. Ele publicou que o ex-presidente Lula e o senador Eunício Oliveira (MDB-CE) teriam trocado cartas e que o petista confirmara apoio à candidatura
do cearense. O PT do Ceará causou polêmica ao informar que abriu mão da candidatura do senador José Pimentel, liberando a vaga às articulações do governador Camilo Santana, abrindo espaço para Eunício Oliveira.
Aqui no Maranhão, as notícias falsas estão por toda parte. Elas aparecem a todo instante nas redes sociais, na blogosfera e nos meios de comunicação tradicional. O Tribunal Regional Eleitoral, acompanhando o que fez o TSE, criou uma comissão especial, abrangendo vários órgãos judiciais e de segurança para monitorar as fake news que se espalham como vírus na internet e suas plataformas. Com o que essas ações vão produzir em termos de limpeza do processo eleitoral, é pouco provável a comprovação da eficácia até o dia do voto.