Comendo pelo centro

Pelo andar da carroça política 2018, quem vai decidir a sucessão do presidente Michel Temer não é Lula da Silva nem Jair Bolsonaro. Pode ser o Centrão, instituição congressual que não possui ideologia alguma registrada em cartório nem sequer um programa partidário.De tão forte, virou um poder paralelo dentro da Câmara e do Senado, capaz […]

Pelo andar da carroça política 2018, quem vai decidir a sucessão do presidente Michel Temer não é Lula da Silva nem Jair Bolsonaro. Pode ser o Centrão, instituição congressual que não possui ideologia alguma registrada em cartório nem sequer um programa partidário.De tão forte, virou um poder paralelo dentro da Câmara e do Senado, capaz de se tornar uma encrenca ou a salvação para o Palácio do Planalto. Foi com ele que o MDB derrubou Dilma e com ele Michel Temer se salvou duas vezes. Centrão não é um partido, mas o ajuntamento de vários, cuja ideologia é o poder.

Enquanto parte da esquerda se alimenta da liderança de Luiz Inácio Lula da Silva e a extrema direita de Bolsonaro tenta comer pelas beiradas, o Centrão abocanha o poder, jogando de centroavante. Até nos estados, essa força invisível sabe como se aglutinar e decidir as questões nos momentos de sufoco. No Maranhão, o governador
Flávio Dino resolveu repaginar a ideologia vermelha do PCdoB e partir para fazer política suprapartidária. Montou uma aliança com mais partidos do Centrão do que legendas de esquerda. Leva para a disputa da reeleição o PCdoB, PDT, PP, PPS, PROS, PSB, PT,PTB,PR,PRB,DEM, PEN,PTC e Solidariedade.

Por sua vez, Roseana Sarney ainda tentou, sem sucesso,recambiar antigos aliados que se refugiaram no ambiente governista de Dino, com o PTB, PP, DEM, PRB e, principalmente, o PT. Nas três últimas eleições, o PT, sob o pragmatismo de Lula, saiu oficialmente aliado com o PMDB, mas uma parte, porém, transitando pela postura histórica de oposição ao grupo Sarney.

Já no contexto nacional, o Centrão está metido de corpo inteiro na aliança com o tucano Geraldo Alckmin, depois de repugnar os atrativos de Jair Bolsonaro e algumas de suas composições se afastarem do pedetista Ciro Gomes. Nem Marina Silva despertou tanto interesse. O
Centrão trabalha com uma variabilidade de ideias, flutuando entre o progressismo e o conservadorismo, de acordo com o tema, as circunstâncias, e principalmente a opinião pública. Uma sopa de letras que ganhou notoriedade com a eleição de Eduardo Cunha à presidência
da Câmara em 2015, e de maneira inversa,decidiu empurrá-lo para o purgatório, sem antes ser protagonista do impeachment de Dilma Rousseff.

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