Cambalhota do PT
Depois de uma história que até hoje percorre o mundo, suscita estudos em tudo quanto é língua e grau acadêmico que o PT cometeu erros e acertos no governo. Foram quatro eleições consecutivas – fato raro em sistema democrático. Porém, depois do golpe de 2016, que derrubou Dilma do Planalto e levou o seu principal líder, Luiz Inácio Lula da […]
Depois de uma história que até hoje percorre o mundo, suscita estudos em tudo quanto é língua e grau acadêmico que o PT cometeu erros e acertos no governo. Foram quatro eleições consecutivas – fato raro em sistema democrático. Porém, depois do golpe de 2016, que derrubou Dilma do Planalto e levou o seu principal líder, Luiz Inácio Lula
da Silva, à condenação e prisão, o PT chega às eleições de 2018 protagonizando uma tragicomédia. Ao fechar o acordo com o PSB de Siqueira Campos, humilhou o PDT e isolou o candidato Ciro Gomes. A atitude precipita uma outra história das próximas eleições, que será contada de outro jeito – o jeito das manobras mais espúrias da política.
No Maranhão, também o PT já vinha se apegando às práticas mais retrógradas que sempre condenou. Por pouco não repetiu a aliança com o MDB dos Sarney, a exemplo de 2010 e 2014. Precisou pulso do presidente regional Augusto Lobato e da nacional Gleisi Hoffmann para colocar o partido no bojo da aliança com o PCdoB de Flávio Dino.
Mesmo assim, ouvindo ranger de dentes de uma parcela significativa de suas correntes, simpatizantes do sarneísmo. Se José Sarney ainda fosse o mesmo, Dino teria perdido o tempão de TV que o PT carrega no horário eleitoral.
Pelo acordo de Pernambuco, Marília Arraes, neta de Miguel Arraes e candidata ao governo, esperneou, esperneou, mas não foi rifada. Seu projeto, sustentado numa campanha bela e popular, foi atirado à lama pela arrogância de Lula. Ela era a única nova e forte liderança do PT nestas eleições. Era o contrapeso ao direitismo de Jair Bolsonaro que, agora, tem um campo vasto e livre para o enfrentamento com Geraldo Alckmin, agarrado ao Centrão. Pela negociata, o PT retira Marília Arraes
da disputa do governo pernambucano e o PSB, por sua vez, anula Márcio Lacerda da corrida ao governo de Minas. Objetivo: apoiar a reeleição do governador Fernando Pimentel (PT).
Sobre isso, Ciro Gomes ironizou, mas tapando a sangria da facada que levou do PT, um aliado histórico do PDT. “Eu era um cabra marcado para morrer”, disse, ontem, Ciro. Só faltou admitir sua pesada culpa que resultou nessa combinação estapafúrdia. Há meses, ele vinha pisoteando o pesco de Lula, preso, e do PT, como partido. Quando tentou ele se chegar para o Centrão, Alckmin foi mais rápido e ganhou o “troféu”, também disputado por Jair Bolsonaro, que também ficou isolado. Agora, o tacho emborcou e ninguém imagina o resto de caldo que vai sobrar.