Repercussão

“Brumadinho vai doer menos que Mariana”, dispara deputado maranhense

O deputado eleito Dr. Yglésio comentou em artigo a tragédia anunciada que aconteceu em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG)

Reprodução

“Brumadinho vai doer menos que Mariana”, foi o que disse o deputado estadual eleito, Dr. Yglésio. A justificativa vem da experiência medicinal do deputado. “Isto ocorre porque o corpo e a mente sensibilizam-se menos quando são novamente expostos à mesma dor. É nosso mecanismo de defesa pra manter a sanidade mental”, comentou em artigo publicado em suas redes.

A parte negativa desta forma de defesa do organismo é naturalizar as tragédias. Isso já acontece com a violência urbana. “Sem essa conexão empática, paramos de lutar contra as coisas erradas, olhamos séries de vídeos de decapitados no whatsapp e almoçamos em seguida. Normalmente, tranquilamente…”, disse ainda.

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Penso que a grandeza de um povo está na sua capacidade de enfrentar crises, aprender com elas e não as repetir jamais. A solidariedade é a força motriz que vence esses desafios. Repetimos escândalos de corrupção, repetimos escândalos na segurança pública e agora estamos a repetir uma nova tragédia ambiental. Na contramão dos mecanismos de transparência e controle, afrouxamos legislação ambiental, suprimimos órgãos de fiscalização e intensificamos o sigilo sobre os documentos públicos. Brumadinho vai doer menos que Mariana. Isto ocorre porque o corpo e a mente sensibilizam-se menos quando são novamente expostos à mesma dor. É nosso mecanismo de defesa pra manter a sanidade mental. O grande problema é naturalizar essas perdas: é postar uma frase enlutada e logo depois contar uma piada… a sensação é clara de desconexão com a dor alheia. Sem essa conexão empática, paramos de lutar contra as coisas erradas, olhamos séries de vídeos de decapitados no whatsapp e almoçamos em seguida. Normalmente, tranquilamente… Miramos hoje nosso cajado moral contra os políticos, mas esquecemos do trivial: são os agentes econômicos os que mais exploram os recursos e atuam muitas vezes de maneira irresponsável a serviço exclusivo do enriquecimento. Angra, Goiânia, Mariana, Brumadinho… o capital orienta economizar nos cuidados nas obras, no destino dos resíduos, com o ambiente em volta, mas acima de tudo, com o impacto sobre vidas humanas. O que resta após a morte pra quem fica? Condolências? Indenizações? Quanto? Uma vida por 50 mil? 100 mil? 500 mil reais? Somos muito mais que matéria jurídica indenizatória. A verdade é que criamos um sistema de exploração de recursos naturais que muitas vezes nos mata. Até quando!? Já passou da hora de aprendermos de fato com os nossos erros…

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Em tempo

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), autorizou que militares do Corpo de Bombeiros do Maranhão viajassem em missão até Minas Gerais para se juntar com as forças daquele estado em favor das vítimas do ocorrido em Brumadinho-MG.

Barragem em São Luís

Repercutiu neste domingo a re-publicação de uma reportagem do jornal O Imparcial. A publicação havia sido publicada originalmente no dia 22 de novembro de 2015, dias após a castátrofe de Mariana (MG). “Uma lagoa  quase do tamanho da Lagoa da Jansen, existe próximo à BR-135, área industrial de São Luís. Trata-se de um depósito de resíduos de bauxitas de uma grande empresa de produção de alumínio [Alumar], localizada na capital. A lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3) através do processo Bayer.”, diz a reportagem.

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