A Copa do copo

Não se trata de quinquilharias colecionáveis ou descartáveis que invadem o mercado com a marca da Copa da Rússia. Mas apenas o sentimento maior da alma coletiva que domina os brasileiros a cada quatro anos. Não são as eleições gerais, mas a coincidência do maior evento esportivo do Planeta, a Copa do Mundo. Mesmo distante […]

Não se trata de quinquilharias colecionáveis ou descartáveis que invadem o mercado com a marca da Copa da Rússia. Mas apenas o sentimento maior da alma coletiva que domina os brasileiros a cada quatro anos. Não são as eleições gerais, mas a coincidência do maior evento esportivo do Planeta, a Copa do Mundo. Mesmo distante 14.450km do “País do Futebol”, a Copa sinaliza para um período pouco produtivo em qualquer atividade. Exceção, apenas das atividades de bar e restaurante.

Para chegar à Rússia, o brasileiro do Maranhão, por exemplo, precisa cruzar o Brasil de Norte a Sudeste, sobrevoar o Oceano Atlântico, cortar os céus da África, Europa e Ásia para desembarcar no leste da Eurásia, Moscou, capital da antiga União Soviética. A Copa tão distante, ao mesmo tempo, é tão motivada no tal País do Futebol, que tem até o Rei. Na Rússia, o esporte da bola foi usado principalmente como fonte de propaganda revolucionária do regime socialista.

Durante vinte anos, a Seleção da União Soviética apenas realizou amistosos a fim de estreitar relações internacionais. Somente em meados dos anos 1950, a seleção de futebol soviética se tornou uma referência, conquistando uma Eurocopa e dois ouros olímpicos. Um deles em 1988, diante da Seleção Brasileira. Agora, a Seleção canarinho
está pronta para desconstruir a imagem da Copa de 2014, dos 7 a 1 da Alemanha. Por isso, será uma temporada de pouco trabalho, meios expedientes e muita virada de copo.

Vai ser a Copa do copo. Até cinema já programa transmissão ao vivo dos jogos do Brasil pela telona. Fora isso, o Brasil vai vestir suas cores e repetir a Copa do México. Os maranhenses, em 1970, não tinham transmissão ao vivo de TV e resolveram “invadir” Teresina, onde já havia satélite. Quem não podia ir esperava os videoteipes gravados em películas e enviados, de avião, para a TV Difusora. Aquela Copa foi a primeira a ser transmitida pela TV, ao vivo, via satélite, e em cores.

Em Teresina, os piauienses resolveram tirar sarro dos vizinhos maranhenses, que desembarcavam aos montes, de trem, de São Luís e interior. Uma faixa foi estendida sobre a ponte do Rio Parnaíba: “Maranhense, sejam bem-vindos à Guadalajara!” Agora, 48 anos depois, com tanta tecnologia, o espectador se sente praticamente dentro dos estádios da Rússia. E fazendo o que os russos adoram: beber, beber.

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