São Luís terá creche para pessoas que trabalham no Centro Histórico
As obras em três dos casarões devem ser concluídas até dezembro deste ano
O imóvel histórico localizado na Rua Rio Branco, 404, esquina com a Rua dos Afogados, que está sendo restaurado por meio de acordo de cooperação assinado entre o Governo do Estado e a Vale, será uma creche pública, de tempo integral, para pessoas que trabalham no Centro Histórico de São Luís. A afirmação é do secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso.
Anderson Lindoso destaca que, neste aniversário de 4O9 anos de São Luís, o governador Flávio Dino e parceiros do Governo do Estado estão anunciando e entregando este e outros presentes para a cidade que é reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O secretário informa que a revitalização do Centro Histórico de São Luís é um trabalho estrategicamente planejado, por meio do Programa Nosso Centro, que reúne ações de vários setores do Governo do Maranhão.
“O objetivo é preservar e, também, despertar no maranhense o sentimento de pertencimento que todos nós devemos ter pelo Centro Histórico de São Luís”, afirma Anderson Lindoso que, também, é coordenador do Programa Nosso Centro.
Participação da Vale
O imóvel da futura creche é um dos quatro que estão sendo restaurados, no Centro Histórico de São Luís, por meio da parceria do Governo do Estado com a Vale, com investimento voluntário total da Vale de R$ 15 milhões. Os espaços terão finalidades de uso para atividades pública e social. As obras em três dos casarões devem ser concluídas até dezembro deste ano, e uma tem previsão de ser entregue no primeiro semestre do próximo ano.
“Os investimentos que fazemos na revitalização do Centro Histórico é um benefício que ultrapassa a recuperação física, envolve a identidade cultural da região e é por isso que ações de todos os setores da sociedade se fazem imprescindíveis para a manutenção da nossa memória e da nossa história, dando possibilidade para que o futuro seja diferente”, destaca Vanessa Tavares, Relações Institucionais da Vale no Maranhão.
O superintendente do Patrimônio Cultural do Estado do Maranhão, Eduardo Longhi, diz que o Governo do Estado acompanha as obras e que as intervenções estão sendo feitas de acordo normas do Departamento do Patrimônio Histórico Artístico e Paisagístico (DPHAP), da Secretaria de Estado da Cultura (Secma), que atenta para os cuidados com a preservação dos aspectos arquitetônicos históricos. “A parceria do Governo do Estado com a Vale está proporcionando a valorização de nossa memória através de ações como o Programa Nossa Centro, com a meta de instalar um modelo de desenvolvimento sustentável na área histórica de São Luís”, expressa Eduardo Longhi.
Sede da Secretaria de Igualdade Racial
Outro prédio em restauro, por meio da parceria Governo do Estado/Vale, fica na Rua do Giz, 476, próximo ao Convento das Mercês e ao Espaço Cultural Cafua das Mercês. Com três pavimentos, o casarão estava totalmente em ruínas e, depois de revitalizado, será a sede da Secretaria de Estado da Igualdade Social (Seir).
É um típico sobrado colonial do Séc. XVIII, cuja importância histórica ocorre por marcar o início da urbanização da cidade de São Luís. O sobrado, com características predominantemente da arquitetura portuguesa, foi um importante empreendimento da cidade, permitido pela sua estrutura física e localização em um dos espaços mais conhecidos para o comércio de mercadorias de luxo.
Os trabalhos no sobrado incluem a fundação do prédio e a limpeza para dar início à instalação da estrutura metálica da cobertura. O imóvel está recebendo, ainda, serviços para garantir condições de segurança, conforto e acessibilidade. Há informações de que pertenceu, na década de 1870, a Rosa Luigi Lauleta, natural de Gênova (Itália), que desembarcou no país por meio do navio Navarre, pelo Porto de Santos, em 1882.
Sobrado para atividades sociais do Desterro
O imóvel na Rua da Palma, nº 489, será a sede de atividades sociais e culturais de entidades do bairro do Desterro, informa o arquiteto Daniel Sombra, que coordena as ações do Programa Nosso Centro na Secretaria de Estado das Cidade e Desenvolvimento Urbano (Secid).
“O objetivo do governador Flávio Dino é fazer do Centro Histórico de São Luís um espaço cada vez mais democrático, aberto aos moradores e suas demandas sociais e aos visitantes de toda São Luís, de outras cidades do Maranhão, do Brasil e do mundo”, observa Daniel Sombra.
Estão sendo realizadas obras de concretagem de sapatas e pilares, além da demolição de algumas paredes antigas, que serão reestruturadas. Ao todo, estão sendo investidos cerca de R$ 3,2 milhões. A obra está gerando cerca de 60 empregos formais e informais.
De acordo com Caderno de Recenseamento da Cidade de São Luís, foi registrado como propriedade do português Joaquim Pedro de Jesus, que era marinheiro. No casarão moravam Joaquim, sua esposa, Josefina Rosa de Jesus (maranhense), e os seus quatro filhos: Mara Filomena, Ana Rosa, Antônio Pedro e José Pedro de Jesus, uma família que atuava no comércio local.
Antigo prédio do DOPS
O prédio da Rua da Palma, 308, também está incluído na lista de restauros, e as obras terão início neste semestre. No local funcionou o DOPS, um departamento de polícia que funcionou em períodos anteriores à redemocratização do Brasil, na década de 1980.