Mesmo com reabertura do comércio, estabelecimentos adiam retorno e mudam forma de fazer negócios
Incertezas em relação à pandemia, adaptação às novas regras sanitárias e novos modelos de negócio são os principais fatores que adiaram alguns retornos
Após um mês desde o início da reabertura do comércio, alguns estabelecimentos de São Luís continuam fechados. São casos onde o proprietário decidiu esperar um pouco mais, ainda está adaptando o negócio às novas regras sanitárias ou repensou completamente a forma de oferecer um produto ou serviço.
No Maranhão, a reabertura ocorreu de forma gradual, de acordo com o decreto nº 35.831 do Governo do Estado. As empresas familiares foram as pioneiras, abrindo as portas no dia 25 de maio.
A partir do dia 1º de junho, o decreto liberou, de forma gradual, a abertura para uma série de setores comerciais, que começaram a funcionar também em horários alternados.
Mas, o que motiva alguns empresários a continuarem de portas fechadas, mesmo após a reabertura do comércio?
Segundo relatos de alguns proprietários, o medo em relação à pandemia de Covid-19 ainda é um dos principais fatores na hora de adiar a abertura do negócio, o que aponta uma maior necessidade na hora de fazer adaptações neste cenário. É o caso da empresária Josy Dominici, proprietária de um salão de beleza da capital:
Desde o primeiro caso na cidade, tenho buscado acompanhar os relatórios fornecidos pela Secretária Estadual de Saúde. Quando os comércios reabriram em junho, continuei acompanhando os relatórios diariamente e vi que felizmente tivemos a diminuição da ocupação de leitos, mas ainda um grande número de casos – o que ainda me preocupava muito e me fez concluir que ainda não era o momento. Em julho, percebi uma diminuição ainda maior da ocupação de leitos, mesmo com a circulação das pessoas tendo praticamente voltado ao normal. Vi que os números de casos confirmados foram oscilando, depois diminuindo e agora estão mais “estáveis”. E talvez tenha chegado o momento de voltarmos a atender, com mais segurança.
As incertezas em relação às consequências da pandemia também afetaram diretamente outros setores, como o de vestuário. De acordo com a portaria nº 0398, os provadores se mantêm fechados durante a pandemia, caso não haja como higienizar as roupas de imediato.
A medida foi um dos fatores que motivou as proprietárias Simone Lopes e Larissa Leal a repensarem totalmente o modelo de negócio. Para Simone, a loja física é um lugar para os clientes experimentarem as roupas antes de realizarem a compra. Por isso, o novo cenário abre um maior espaço para vendas online.
Empreender com responsabilidade social: novas propostas
Com a nova realidade, proprietários repensam seus modelos de negócios, em busca de um empreendedorismo com responsabilidade social, que ainda assim possa trazer lucros.
Simone Lopes e Larissa Leal decidiram repensar o negócio e deixá-lo totalmente virtual. Já nos dois primeiros meses com vendas online, elas conseguiram um resultado lucrativo, com menos gastos que teriam na loja física. Segundo Simone, esse novo modelo é possível porque o cliente também possui uma nova postura e os produtos acabam chegando a novos públicos.
No caso da empresária Josy Dominici, estão sendo pensados desde um novo espaço para o salão, que permita o atendimento individualizado, até avaliações virtuais, com vendas de produtos online. Segundo ela, novos negócios estão nascendo, a partir de novas propostas:
Com essa nova proposta, uma outra empresa está surgindo, com foco em promover a saúde capilar, visto que muitas pessoas têm tido muita queda de cabelo em razão da angústia e ansiedade do momento, disse.