COMÉRCIO

Pescados tem preços oscilantes em São Luís

O pescado que vem da região do litoral Norte do Maranhão é em volume muito pequeno, não sendo suficiente para suprir o mercado interno da capital maranhense

Reprodução

De repente os preços ficaram elevados e o produto escasso nas feiras e mercados. O pescado que vem da região do litoral Norte do Maranhão é em volume muito pequeno, não sendo suficiente para suprir o mercado interno que não entra em colapso, graças à importação do produto do estado do Pará. 

Assim avalia o revendedor Adeilton, mais conhecido como “Dedé”, que trabalha no Mercado da Liberdade há muitos anos.

Ele avaliou que a maioria do pescado maranhense que está entrando mercado de São Luís é oriundo do município Apicum-Açu, localizado no litoral Norte do estado e, para que não ocorra escassez maior, o peixe de água salgada, é importado do Pará, assim como o peixe da água doce, que, em face da proibição da pesca em terras maranhenses, em virtude do período de defeso determinado pelos órgãos de controle ambiental, é trazido também da ilha de Marajó, naquele estado. “O peixe da água doce, produzido no Maranhão e oferecido ao consumidor nos mercados, são criados em cativeiro, fator que causa grande rejeição por parte de boa parte dos clientes, que acreditam que estes peixes são alimentados com ração enriquecida com hormônios para que, em curto espaço de tempo, atinjam o tamanho ideal para a comercialização, o que atribuem a fazer mal para os humanos”, disse Dedé.

Para o revendedor Luís Carlos dos Santos, o “Mosquito”, a elevação do preço dos peixes é consequência da escassez do produto, visto que com o início do período chuvoso, que provoca mudanças na temperatura da água, o pescado busca águas mais profundas, o que prejudica a captura de muitas espécies. “Isto se chama de entressafra, mas é um período muito curto. Logo haverá, maior oferta do produto, e o mercado será suprido, e consequentemente, os preços tendem a baixar”, garante Mosquito.

A previsão do revendedor José Raimundo Santos, do Mercado Central, é bem pior. 

Ele acredita que haverá novo aumento nos preços dos pescados, a partir da próxima semana, a exemplo da semana que antecedeu o Natal, quando a pescada amarela chegou ao preço de R$ 27 e agora, poderá atingir patamares mais elevados. “Tudo isso se deve ao período chuvoso que afasta o pescado das águas mais rasas, fazendo com que a safra sofra queda bem significativa. O que nos abastece, então, é o ´peixe que vem do Pará, que ele garante ser pescado em águas maranhenses e levado para aquele estado, visto que no Maranhão não tem pescador , tem preguiçoso”, garante Zé Raimundo.

Os preços que variam em torno de 20 a 30%

Nos mercados e feiras, os pescados tem preços que variam em torno de 20 a 30 por cento. Ontem a pescada amarela estava sendo vendida entre 25 e 27 reais, bandeirado, uritinga, pescadinha e jurupiranga entre 10 e 12 reais. Tainha, peixe pedra e gurijuba não tem sido ofertados. Já nos supermercados a pescada com contra-peso está por 15 reais, pescadinha R$ 9,99, tainha R$ 11,99, uritinga R$ 9,99, cururuca R$ 9,99 e anchova R$ 12,99.

Amélia Matria Silva, dona de casa, disse que agora ficou pior para quem é de baixa renda, visto que com o aumento exacerbado da carne bovina, a população estava preferindo os peixes e agora, ficam também sem esta opção. “Agora, que vamos comer, já que o frango e os ovos também já estão mais caros, custando 20% a mais”, disse.

O frango e os ovos também já estão mais caros

E mesma reclamação é feita pelo aposentado Antonio Silva. Ele disse que os pobres agora voltam a consumir sardinhas e carne bovina em latas, já que a comida natural ficou fora do alcance do seu poder de compra. Ele denunciou que até mesmo o galeto assado na brasa que era ofertado a doze reais, agora já tem preços variando entre 20 e 28 reais. O mesmo acontecendo com os mariscos que estão oscilando entre 20 e 30 reais.

Após defeso valor deve diminuir na capital

Antonio, no entanto, avalia que, sem demora, os preços dos pescados começam a despencar, com a oferta do peixe de água doce, com o fim do período do defeso, quando então, chegarão aos mercados os peixes pescados na natureza como a curimatá, bagrinho, branquinha, carabanja, jeju, traíra, surubim, mandubé, mandí e outros, que são comuns nos rios e lagos da Baixada maranhense, além dos peixes criados em cativeiro com o pacu e tambaqui, comercializados na Grande Ilha. “A abundância faz os preços baixarem”, profetiza Antonio Silva.

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