CULTURA

Festa da Juçara comemora 50 anos no Maranhão

O evento se estende até o dia 3 de novembro, das 9h às 22h, no bairro Maracanã, em São Luís

Reprodução

Completando meio século de existência, a Festa da Juçara se mantém viva, firme e forte no calendário maranhense. De quando foi idealizada em 1969, pela saudosa professora, geógrafa, historiadora e engenheira agrônoma Rosa Mochel (1919-1985), até os dias de hoje, muita coisa mudou, com exceção do orgulho daqueles que fazem a festa acontecer: a comunidade. Rosa Mochel, que tinha um sítio no Maracanã, criou e organizou a festa junto com a comunidade.

Hoje coordenada por uma Associação, a festa ganhou inovação e modernidade sem perder a tradição, com atrativos da culinária maranhense  e programação cultural local. O evento se estende até o dia 3 de novembro, das 9h às 22h, com muitas iguarias maranhenses e milhares de litros de juçara que serão comercializados nas mais de 50 barracas distribuídas pelos dois ambientes do Parque (Arena Principal e Praça de Alimentação).

Segundo a presidente da Associação de Moradores do Maracanã, Mayara Marques, a grande preocupação da comunidade com a festa é manter a tradição da união da comunidade, buscando sempre as inovações. Mayara é neta de dona Maria de Jesus Assis Marques, a dona Cotinha,  uma das moradoras mais antigas da comunidade e também uma das fundadoras da festa, impulsionada pela ambientalista Rosa Mochel, para valorizar a produção da Juçara e seus subprodutos, preservar a cultura local através dos saberes tradicionais e aumentar a renda dos moradores por meio da comercialização.

“A festa está consolidada no calendário maranhense, mas chegar até aqui não foi fácil. Com muito trabalho a gente conseguiu chegar nessa consolidação sempre se baseando nos três pilares que são: a geração de emprego e renda, o estímulo à cultura popular, e a preservação do meio ambiente. Hoje nos encontramos preparados para receber a sociedade e todos os visitantes que vem desfrutar do espaço e da juçara com seus acompanhamentos”, disse Mayara Marques.

Distante 25 km da capital, o Maracanã fica na zona rural do município. Nesta época do ano, recebe visitantes de todos os lugares atiçados pela fruta típica existente no bairro e adjacências. Segundo a organização, no ano passado o evento  gerou  cerca de 300 empregos diretamente e indiretamente, além de ter reunido mais de 10 mil visitantes e vendido mais de 15 mil litros da juçara.

Dona Cotinha, 77 anos, chegou ao Maracanã vinda de Rosário com 16 anos. Aprendeu tudo sobre a juçara, “meteu a mão na massa”, se envolveu na criação da festa e, com o passar do tempo, viu os filhos, netos e demais membros da família também se envolverem na tradição. Viu também o progresso chegar com a substituição do processo manual pelas máquinas.

A primeira festa da juçara foi uma espécie de grande reunião familiar. Não havia palco, o som era pequeno, havia as barracas, o artesanato, a união e a força de trabalho daquela comunidade.

Para Mayara, o importante é dar prosseguimento ao trabalho desenvolvido por Dona Cotinha e outras pessoas da comunidade. “Era uma festa difícil feita pelas mãos da comunidade. A juçara era feita a mão e ainda não tinha o estimulo à cultura popular maranhense. Ao longo do tempo criou-se a Associação do Parque da Juçara para ter legitimidade, para buscar benefícios. A festa foi crescendo, o Parque cresceu e o nosso intuito é que cresça ainda mais para que o local vire ponto turístico cultural. Com a revitalização é isso que acontecerá. Hoje a gente busca cada vez mais melhorar, buscar benefícios para a comunidade, para o parque e para a Zona Rural”, assegura Mayara.

Cinquenta anos depois
A revitalização do Parque a que Mayara se refere foi o presente que a festa ganhou nesses 50 anos. Segundo Mayara, o Governo do Estado vai fazer a requalificação do local. “Foi um mega presente para esses 50 anos. Para a 51ª edição da festa estaremos com o Parque requalificado. Este ano entramos com a padronização da festa, que está diferente, embora com a mesma estrutura, inovando, mas dando continuidade à tradição da festa”, diz, acrescentando o importante apoio dos setores públicos e privados para que o evento aconteça.
São mais de 50 barracas distribuídas entre a Arena Rosa Mochel (com 30 barracas), e a Praça de Alimentação (que homenageia Dona Cotinha, com mais de 20 barracas) funcionando com a comercialização da juçara, de comidas típicas, lanches e bebidas. A meta da Associação é de vender mais 20 mil litros de juçara na festa deste ano.

Quanto custa?
Os valores dos produtos e iguarias são tabelados pela Associação e são comercializados conforme preços abaixo.

Juçara para viagem – 12 reais
Juçara com farinha e açúcar – 20 reais
Juçara com farinha, açúcar, camarão ou peixe frito – 35 reais
Juçara com farinha, açúcar, carne de sol – 40 reais.

VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Mais Notícias