Oito histórias atípicas do dia-a-dia de carteiros em São Luís
Neste dia 25 de janeiro, comemora-se o Dia do Carteiro. A cada rua, uma história. Confira algumas delas!
Vontade do Senhor
Wellington Viana, carteiro há 11 anos
“Durante uma entrega, um adolescente sacou uma peixeira e quis roubar meu celular. Eu disse: ‘me arranja pelo menos o chip?’. Ele abriu o celular, tirou o chip, me entregou e ficou com o celular. Quando acontece isso, o normal é largar a entrega e ir embora. Como eu já estava no final, eu só continuei. Fiquei até feliz. Pensei ‘acho que o Senhor tá querendo que eu troque de celular, esse já tava velho’. Eu só continuei entregando sem nervosismo, sem nada. Já quase no final, chega um cidadão em uma bicicleta: ‘ei, rapaz, tu não tem carta aí para mim?’ e me disse a rua em que morava. Eu olhei para ele e disse: ‘tenho não. Mas ainda agora um rapaz roubou meu celular nesse lugar’. Tirando o meu celular roubado do bolso, o rapaz disse: ‘é esse aqui?’, e eu respondi ‘ele mesmo’. Voltei para a casa com tudo meu. Mas uns dias depois me assaltaram de novo. Aí levaram de vez.”
Eleitor fiel
Patrícia Souza, carteira há 6 anos
“Eu entrego no mesmo distrito todos os dias e tem umas pessoas que ficam aguardando a gente com um carinho muito grande. Às vezes para dar um biscoito, um café… Principalmente as mais idosas. Tem as exceções, das que não respeitam, mas a maioria respeita. Na eleição passada, fui candidata a deputada federal. O seu Alberto, do Vinhais, ficou desesperado. ‘Vamos envelopar o carro todo!’, ele disse. Pediu santinho, fez campanha no bairro todo. Tirou mais de mil votos para mim. ‘Ela entrega na minha casa! É minha carteira!’, ele dizia. Chegou até a pedir a relação dos votos nos interiores, e confirmou, na lista, os que tinham ido para mim. Ele deve ter de 60 para 70 anos. Todos os dias, ele me dá um chocolate e um refrigerante. É por isso que eu tô gorda!”