Fraude

Sindicato é acusado de fraude contra empresas de carga

Empresas acusam Sintram de emitir fatura desde 2005 por serviço que não foi realizado por ela

Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral do Estado do Maranhão (Sintram) é acusado de faturar indevidamente contra empresas no Maranhão.
Segundo denúncia de empresários, o Sitram, desde 2015, emite notas cobrando por serviços de carga e descarga, mesmo sem ter cumprido a demanda.
A PKS Excellence Service Ltda é uma delas. Contratada pelo Grupo Mateus, a empresa tem recebido cobranças da direção do Sindicato, que, segundo o proprietário, tenta forçar a intermediação do trabalho com grandes armazéns, como o Grupo Mateus.
“Eles enviam notas para gente por sermos empresa concorrente. Nunca usamos seus serviços e tampouco temos algum débito com eles. Ou seja, o intuito deles é apenas nos prejudicar, mas estamos tomando todas as providências contra essas cobranças”, relatou
Patrick Michel, empresario da PKS
Por lei, o Sintram pode intermediar a contratação entre trabalhadores avulsos e empresas, desde que eles estejam desempregados. De 100% do serviço, o Sindicato fica com 36%, segundo o próprio Sintram.
Mas os grandes armazéns e transportadoras do Maranhão preferem subcontratar o serviço com empresas privadas, que pagam todos os impostos em dia e se encarregam de cumprir as regras de segurança na carga e descarga.
Má qualidade
Os representantes das empresas reclamam que os funcionários enviados pelo sindicato não executam as funções de modo adequado, oferecendo serviços de baixa qualidade e oferecendo risco a segurança, pois a cada dia é uma pessoa diferente que acessa as dependências da empresa.
As transportadoras também preferem utilizar mão de obra terceirizada (CLT) e não trabalhador avulso.
“Inclusive, em setembro deste ano, ocorreu um assalto em um dos depósitos. Um grupo de assaltantes adentrou ao centro de descarga usando fardas do Sintram, o que não gerou estranheza aos que ali estavam, pois todo dia são pessoas diferentes que entram com o uniforme do Sintram”, relatou o proprietário da PKS.
Processo judicial
As empresas entraram na Justiça contra o Sindicato e um processo está em curso. Em audiência, o próprio presidente, Benedito Onofre Divino, admite emitir as notas pelo serviço já prestado por outras empresas. Segundo ele, o faz para garantir o pagamento dos encargos sociais aos trabalhadores avulsos. O que é negado pelas terceirizadas, que dizem recolher todos os encargos e pagar antes do vencimento. Desde quando o Sintram iniciou o faturamento indevido, nenhuma fatura foi paga e estão sendo contestadas na Justiça.
Outro Lado
O presidente do Sintram, Benedito Onofre Divino Silva, está afastado por motivo de saúde e não falou com reportagem. O diretor do Sintram, Enilton Carlos Protázio, falou e rebateu as denúncias das empresas, dizendo que o Armazém Mateus, por exemplo, deve obrigatoriamente usar o Sindicato para contratar os estivas.
“As cobranças estão sendo direcionadas ao Mateus porque nós temos uma convenção e as transportadoras respeitam e obedecem essa convenção. Ou seja, elas devem descarregar apenas com o Sindicato. Eles não podem ter nenhum outro vínculo com outra empresa além do sindicato. A lei n° 12.023/99 nos protege e os mesmos estão desobedecendo a lei”, rebateu Enilton Carlos.
Elinilson Carlos, diretor do Sintram
Segundo o diretor, as notas enviadas pela PKS se deve pelo fato da terceirizada “não informar o FGTS” e realizar descarga das transportadoras sem contrato com elas. “Se eles estão descarregando, eles deveriam informar o FGTS”, disse o diretor.
O diretor alega que o FGTS cobrado pelos funcionários é de responsabilidade do tomador de serviço. O direito do Sintram é informar o tomador de serviço e o tomador passa para o trabalhador.
“Nós temos a lei nos ampara, a lei n°12.023/99 essa lei no artigo nono reza que EPI e uniformes é de responsabilidade da empresa que toma o nosso serviço e não do sindicato”, finalizou diretor do Sintram.
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