DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Exposição itinerante a partir desta sexta no Rio Anil

A exposição tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos

Começa nesta sexta-feira, em São Luís, o Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida”, exposição itinerante sobre doação de órgãos que já passou pelas cidades de Rio Branco (AC), Manaus (AM), Belém (PA) e Teresina (PI), e percorrerá durante o ano de 2016 mais cinco capitais nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país.
A ação, do Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e, principalmente, colocar esse tema em pauta nas discussões familiares. Isso porque a recusa da doação pela família ainda é uma grande barreira ao aumento no número de doadores no país, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país.
A exposição estará no Rio Anil Shopping. Com entrada gratuita, o Projeto ficará disponível por dez dias para a população maranhense esclarecer as principais dúvidas relacionadas à doação e transplante de órgãos e tecidos. Além da exibição de depoimentos reais de familiares de doadores falecidos e pacientes transplantados, os visitantes contarão com painéis explicativos sobre o processo e, ainda, a presença de especialistas em doação e transplante para responder perguntas.
O Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida” se estenderá ao longo do ano pelos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.
70% das famílias maranhenses recusam doar órgãos de parentes com diagnóstico de morte cerebral
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, cerca de 900 pessoas estavam aguardando por um transplante no estado do Maranhão em 2015. Do total de pacientes na fila de espera, 138 necessitavam da doação de um rime mais de 760 de um transplante de córneas. Durante o ano passado, 137 pessoas foram notificadas como potenciais doadores de órgãos no estado, mas somente 18 tiveram algum algum órgão ou tecido doado neste período. A alta taxa de recusa familiar (70%) tornou-se motivo de preocupação.
O médico Leonardo Borges de Barros e Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), informa que os motivos para a recusa da doação pela família são diversos: desde crenças religiosas que impedem a realização do transplante até o desconhecimento e não aceitação da morte encefálica, o que faz muitos familiares acreditarem que a condição do ente querido com o corpo quente e o coração batendo seja um indicativo de que ele sobreviverá.
“Entretanto, o diagnóstico de morte encefálica – conhecida também como morte cerebral – é irreversível, ou seja, o paciente perde todas as funções que mantêm a sua vida, como a consciência e capacidade de respirar. O coração permanece batendo e os demais órgãos funcionando. Com exceção das córneas, pele, ossos, vasos e valvas do coração, é somente nessa situação que os órgãos podem ser utilizados para transplante”, observa o especialista.
Autorização
O consentimento informado é a forma oficial de manifestação à doação. A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica dependem da autorização do cônjuge ou parente maior de idade, obedecida a linha sucessória, firmado em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.
“Evidentemente, a manifestação em vida da pessoa a favor à doação de seus órgãos e tecidos para transplante pode favorecer o consentimento após a morte, mas, de acordo com a lei, é a vontade da família que deve prevalecer”, explica o médico Leonardo Borges de Barros e Silva.
Segundo números do Ministério da Saúde, 205 transplantes foram realizados no estado do Maranhão em 2015. Desses, 144 casos foram de córneas transplantadas e 61 de rim.
“Com transplantes inferiores à média da região Nordeste, nosso estado ainda enfrenta dificuldades para confirmação de diagnóstico de morte encefálica. O ponto positivo é que cresceu o número de doadores efetivos durante o ano”, conta Maria Inês Gomes de Oliveira, Coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) do Maranhão.
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