DIA DAS MÃES

Nunca é tarde para ser mãe

Neste Dia das Mães, mulheres que foram mães para diferentes gerações de sua família mostram que nunca é tarde para ser mãe.

O sonho da maternidade acompanha, muitas vezes, a vida de uma mulher desde que ela é pequena. Seja na imaginação das brincadeiras infantis ou na vida adulta, a decisão sobre “o momento correto de ser mãe” é um fato importante, que marca a vida das mulheres em todo o mundo.
Planejada ou espontânea, a gravidez (ou adoção) vem acompanhada de uma série de obrigações e responsabilidades, mas também envolve novas possibilidades e relações de afeto. Entre as mamães, é unânime: ter um filho muda a forma em que uma mulher vive a vida e enxerga o mundo. Mas o que dizer quando a maternidade é “herdada”? Ou mesmo de quando o trabalho adia o sonho de uma mulher ter filhos?
Neste Dia das Mães, O Imparcial conversou com duas personagens especiais. Djanira Cunha e Ana Gorete Passos compartilharam as histórias de uma avó que criou seus netos e bisnetos, e de uma mãe que foi responsável pelo crescimento dos seus irmãos, sobrinhos e filhos.
Um sonho adiado
A advogada Ana Gorete Passos é mãe de gêmeos: os pequenos Maria Clara e Pedro (12). Mas o papel de mãe já era parte de sua vida antes mesmo do nascimento dos dois. É que ela foi responsável pela criação de alguns dos seus irmãos menores e também de três sobrinhas.
Os irmãos vieram de Barra do Corda (onde moravam com os pais) para estudar em São Luís. Ana Gorete, que nesse momento era funcionária pública estadual, dividia a casa com a sua irmã mais velha, na capital. Para dar melhores oportunidades aos seus irmãos, investiam mais da metade dos seus rendimentos para alugar uma casa. “Éramos só eu e a minha irmã em casa, mas tínhamos a obrigação de ajudar os nossos irmãos menores. Eles mereciam ter a mesma oportunidade que nós tivemos, e por isso fizemos tudo o que foi possível. Ajudei a criar as duas mais novas e a controlar os que eram adolescentes”, confessa, aos risos.
Posteriormente, uma situação difícil lhe deu a oportunidade de ser mãe outra vez. Um acidente vitimou um de seus irmãos, que criava três filhas sozinho. Naquele momento, confessa, deixou a emoção falar mais alto. “Quando olhei a situação delas, eu vi que eu era quem poderia dar uma melhor estrutura e carinho nesse momento, então, decidi pedir a guarda delas. No calor da emoção, eu só pensei nisso”.
Irmãos e sobrinhos-filhos criados, Ana Gorete se dedicou à vida profissional. Construiu a carreira como bancária e ocupou cargos de chefia em diversas instituições. O sucesso em âmbito laboral, no entanto, adiou o sonho dela ser mãe em alguns momentos. “Não tinha tempo. Era sempre ‘agora não dá’, ‘esse ano minhas metas são grandes’, ‘eu tenho que treinar a nova equipe’, eu vivia quase 24 horas para trabalho”.
Por volta dos 40 anos, no entanto, decidiu que já não podia reprogramar o sonho. As duas primeiras tentativas foram frustradas, em virtude de abortos espontâneos. Mas a vontade de ser mãe falou mais alto, e, por isso, deu início a um tratamento hormonal para facilitar o processo de fertilização. “Tentei várias inseminações, três ou quatro. Já ia partir para outra, estava me preparando para a ovulação, mas o médico recomendava que tentássemos também os métodos naturais. E assim vieram os gêmeos, dois anos após o início do tratamento”.
A emoção de receber o resultado dos exames que confirmavam a gravidez ficou sob responsabilidade do seu esposo, e compensaram todos os anseios dos anos anteriores. “Às vezes, eu conversava com o meu marido, queria desistir, porque não é fácil, o ‘não’ é traumático e você precisa ter muita determinação. Mas tudo valeu a pena. As correrias, a expectativa, as boas notícias e a vinda dos gêmeos”.
“Ser avó é ser mãe quatro vezes”
Nunca é tarde para ser mãe
Djanira Cunha não é apenas uma dona de casa, é a matriarca de sua família. Depois ver os cinco filhos crescerem (três homens e duas mulheres), acolheu em sua casa uma nova geração: os netos e bisnetos. O amor pela família é, segundo ela, o principal fator para apoiar a criação destes filhos de coração. “Sempre que um filho precisa de mim, eu não nego nada. Sempre que vejo uma criança precisando de mim, eu estou com eles. Eu faço o que precisarem de mim. Isso é ser mãe”, declara.
No dia a dia, o movimento em casa denuncia – a família se reúne ao redor de dona Deja, como é carinhosamente chamada. Quando perguntada sobre a experiência de ser uma mãe para filhos, netos e bisnetos, garante: “É o mesmo amor, não tem mesmo diferença. A gente cria aquela criança e o amor e o sangue falam mais alto. Ser mãe é uma dádiva de Deus. Os meus filhos são tudo pra mim”.
Orgulhosa das conquistas da sua prole, Djanira confessa que o amor é o sentimento incondicional que faz a família permanecer sólida. “São sempre as crianças de dentro de casa. Para nós, não tem nada escondido. A gente fala de tudo, conversa de tudo. E hoje, todos estamos bem”.
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