POR TRÁS DA FARDA

Militares contribuem com projetos sociais em seu tempo livre

Profissionais desenvolvem ações para educação e compartilhamento de medidas preventivas em comunidades de São Luís

Uma antiga citação diz que a farda é a segunda pele de um militar e que mesmo nos momentos em que não a está vestindo, o compromisso com a sua missão sempre prevalece.  Em São Luís, profissionais da segurança pública estendem a missão  com a sociedade para além do horário de trabalho. Fora da obrigatoriedade do compromisso exigido pela instituição a que estão submetidos há outro objetivo: formar cidadãos conscientes; humanizar; mostrar a pessoa por detrás daquela farda imponente e sisuda; revelar outras habilidades daquele profissional.
Qual a primeira impressão que se tem ao ver um policial? Quem pode imaginar que tipo de atividade ele faz fora dali, daquele campo de atuação, seja no quartel, companhia ou na rua? É comum criarmos juízos de valores baseados em sua aparência física ou atividade profissional. Mas sabia que a rigidez de um trabalho daquele pode ser aliviada com algumas sessões de música, futebol, palestras educativas…? Por isso, conversei com alguns profissionais que integram o projeto Exposegma (Exposição sobre Segurança no Maranhão) que vem atuando em várias comunidades da capital.
 O projeto é uma política de segurança voltada para ações de caráter preventivo e educativo, que visa aproximar a comunidade dos órgãos estaduais, municipais e federais e é realizado por uma equipe que não se preocupou apenas com a formação militar. Muitos deles tem até três graduações ou mais.
O Cabo PM Mailson Costa, por exemplo, tem graduação em Ciências Agrárias, Física e Sistema de Informação. Manoel Neto, soldado PM e coordenador do projeto, é professor formado em Educação Física. Assim como outros profissionais que atuam no serviço de segurança pública, esses policiais utilizam as horas de folga para estudar e também para levar as suas experiências para as comunidades.
“Todos somos voluntários nesse projeto. E é na folga que estudamos, nos especializamos para sempre buscar conhecimento, melhorar e levar isso para dentro da instituição e também para as pessoas que atendemos”, afirma Manoel Neto.
Para o 2º Sargento CBMMA e Bacharel em Turismo, Augusto Barros, essas qualificações vão além das expectativas que o cidadão tem de um policial. “Você quer dar o seu melhor, agregar valores, ampliar conhecimento e levar isso para as pessoas. Mostrar que por trás daquela farda há alguém que não leva só truculência, como muitas pessoas pensam”, diz ele.
Manoel Neto que também atua como treinador de futebol, hoje compartilha sua experiência para dentro do Projeto.  “É um trabalho para o qual toda a qualificação e conhecimento que temos vale a pena mostrar para a comunidade. É levar ciência para o projeto e também para a instituição”, acrescenta.  
Palestras Ministradas
Diversas palestras são realizadas como: Combate ao uso de entorpecentes, Violência Doméstica e Familiar, Pedofilia, Poluição Sonora, Bullying, Crimes Tecnológicos, Educação no Trânsito, Ouvidoria Itinerante, Disque Denuncia, Primeiros Socorros, prevenção contra incêndio e outros; que são feitas em Escolas, Ongs, Associações de Moradores, Conselho Comunitários de Segurança, Igrejas e outros.
Ação em dia de folga
Policiais realizam trabalho social

São nas horas vagas que as atividades extraoficiais acontecem. E acreditem, não é nenhum sacrifício dedicar esse tempo para outras pessoas. “Como o Neto falou, somos todos voluntários e por meio de palestras, oficinas, exposições, a gente chega até as pessoas. E também estamos sempre nos reciclando, fazendo novos cursos para acrescentar no nosso conhecimento profissional e também pessoal, como forma de ajudar”, admite o Cabo PM Paulo Ricardo Carvalho, formado em Relações Públicas e Administração. Ele também é o responsável pela comunicação e planejamento do Projeto.

“A gente tenta sempre aplicar o nosso conhecimento no trato com as outras pessoas e dentro das atividades do projeto”, conta Augusto, que também atua como guia turístico e faz questão de ressaltar que todos os profissionais que estão na área da segurança pública possuem no mínimo uma graduação obtida em instituições públicas de ensino superior. “A começar pela seleção já tem um rigor. É um processo muito difícil para entrar, o grau de exigência é muito grande, então você tem que ter conhecimento”, pondera Augusto.
Policiais realizam trabalho social
Manoel Neto completa: “E nunca parar de se reciclar. As pessoas as vezes veem de fora e não imaginam o que aquele policial tem de conhecimento. O que ele é fora daquele campo de trabalho e o que ele pode levar de ciência para a academia. É isso que a gente faz. Pegar nosso conhecimento e trazer, adaptar para a área de segurança. Nós temos um trabalho repressivo, mas também educativo. A grande  maioria está nesse caminho porque temos esse trabalho com a sociedade, de desconstruir a imagem que a  mídia faz do policial. Há sempre o lado bom”.
Para o Cabo Mailson, participar das ações da Exposegma é uma forma de aliviar a carga de trabalho na segurança. “Com certeza, relaxa, traz um pouco de leveza para a função e nos honra participar de alguma forma da vida da sociedade”.
Estratégia de prevenção
A Exposegma tem ações de caráter preventivo e educativo, desenvolvido também com parcerias estaduais, municipais e federais para aproximar a comunidade dos órgãos das diferentes esferas.
No início, em 2003, era realizada em praças públicas e, a partir de 2010, passou a acontecer também nas escolas e comunidades de maneira itinerante, com palestras educativas, oficinas e atividades culturais e esportivas, além da exposição de trabalhos e serviços realizados pelo sistema de segurança e órgãos afins. O Exposegma conta com a parceria com igrejas católicas e evangélicas, conselhos e demais órgãos comunitários, as polícias Militar, Civil e Federal, Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes, secretarias estaduais e municipais da Segurança Pública, Saúde, Cultura, Turismo, além de profissionais como psicólogos, pedagogos, juízes, entre outros, e é realizado em escolas e comunidades de forma itinerante.
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