AEDES AEGYPTI

População tem buscado receitas caseiras para espantar o mosquito

Mas é necessário tomar cui­dado. Especialistas alertam que o resultado pode ser bem diferente do desejado

Foto: FOTOS: HONÓRIO MOREIRA/OIMP/D.APRESS.


FOTOS: HONÓRIO MOREIRA/OIMP/D.APRESS

Óleo feito à base de andiroba é bastante procurado pelos clientes para afugentar o mosquito Aedes aegypti

Na busca por produtos para prevenção contra o mosquito Aedes ae­gypti, algumas pessoas estão optando por uma manei­ra mais natural de se prevenir. Deixando um pouco de lado os repelentes industrializados, al­guns optam por fazer sua pró­pria receita em casa.
Mas é necessário tomar cui­dado. Especialistas alertam que o resultado pode ser bem diferente do desejado. Algumas composi­ções das plantas utilizadas para o repelente podem ser nocivas à pele. Além disso, muitas vezes quem escolhe recorrer aos ca­seiros, na verdade, acaba fican­do totalmente desprotegido, se tornando suscetível às picadas do mosquito transmissor da den­gue, chikungunya e zika vírus.
Nos casos em que a fórmula realmente faz efeito, sua dura­ção é muito rápida, conforme explica o dermatologista Carlos Costa. “Esses repelentes não fa­zem proteção apropriada, eles duram menos de meia hora, e ninguém vai ficar reaplicando o repelente a cada 20 minutos”, explica.
A Agência Nacional de Vi­gilância Sanitária (Anvisa) não recomenda de maneira algu­ma o uso desses repelentes. Se­gundo a agência, há uma com­provação de que os repelentes alternativos não funcionam e pior, seu uso não é seguro. Al­guns chegam a queimar a pele, se expostos ao sol, que é o caso das receitas que contenham li­mão ou laranja.
A indicação, principalmen­te em mulheres grávidas, é que usem calças, sapatos fechados, mangas compridas e coloquem telas nas janelas, especialmente em locais com maior incidên­cia do mosquito.
Há ainda aqueles que optam pelos repelentes industrializa­dos, mesmo assim o especialis­ta alerta: “Não é todo produto que pode ser usado, principal­mente em crianças. Além disso, o uso em excesso pode irritar a pele e até causar problemas mais graves”.
O aconselhável é saber pri­meiro que tipo de substância está sendo aplicada. A mais co­mum é a D.E.E.T. (dietiltoloa­mida), presente na maioria dos repelentes que estão no mer­cado. “Essa substância é tóxi­ca e, por isso, deve ser usada com cautela. Em crianças, por exemplo, a concentração não deve ultrapassar 10%”, explica o dermatologista.
Segundo Carlos Costa, os pais precisam ficar atentos aos rótulos dos produtos. Apesar de ainda não estar valendo a determina­ção da Agência Nacional de Vi­gilância Sanitária (Anvisa), que obriga que embalagens tenham informações como concentra­ção, forma de uso e tempo de reaplicação, algumas empresas já começaram a incluir os dados.
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Receitas caseiras
Seu Beto, vendedor de ervas no Mercado Central de São Luís, disse que a planta mais procurada para a fabricação de repelentes é a citronela, também conhecida como capim-limão e capim-santo. “As pessoas vêm muito aqui atrás da citronela. Eu vendo a planta e elas mesmas fazem o chá em casa. O chá pode ser usado na pele e também pode ser colocado na bomba e jogado pela casa, é uma maneira muito fácil e simples, inclusive, o baygon tinha a citronela na sua composição”, explicou. Há pessoas que acreditam realmente no efeito do repelente caseiro. Dona Lourdes Botelho diz que usa o repelente feito de citronela e que ela mesma faz em casa. Ela espalha pela casa e acredita que pode dar certo.“Eu uso há uns meses. Além de acreditar que me previno, eu gosto do cheiro doce que ela espalha pela casa. Eu mesma faço o chá, mas só ele não resolve.O ideal é que seja misturado com óleo de pele de qualquer tipo para fixar o chá por mais tempo no corpo”, afirma. Além da citronela, muitas pessoas procuram o óleo feito a base de Andiroba para criar a sua própria fórmula de repelente. Outros elementos procurados Os elementos mais procurados para a fabricação dos repelentes alternativos são própolis, citronela, cravo da índia, vitamina B12, entre outras ferramentas que teoricamente afastam o mosquito. A maior procura aconteceu depois do surto de zika e da associação da doença com o nascimento de bebês com microcefalia.

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