Ano Bissexto

Elas só fazem ‘aniversário’ de quatro em quatro anos

A cada quatro anos, as pessoas nascidas no dia 29 de fevereiro têm a possibilidade de comemorar seu nascimento sem precisar mudar a data

A publicitária Malvina Ferreira comemora o aniversário na data pela primeira vez com o marido e a filha

A cada quatro anos, o mês de fevereiro demora mais a passar. É quando ocorre com os chamamos anos bissextos, que têm 366 dias, no lugar dos tradicionais 365. Apesar da maioria nem observar esse acontecimento, para outros é uma mudança bem grande.

Afinal, nesses anos, uma série de pessoas nasce no dia 29 de fevereiro. E uma das questões que logo surgem na cabeça dos pais é quando comemorar os aniversários das crianças. Esse é um dos efeitos do ano bissexto da vida da população por conta do dia a mais no calendário.
Por outro lado, quem nasce nessa data fica sempre com uma grande expectativa pela data, afinal de contas, é um período incomum que não acontece todos os anos. E quando acontece, tem muito mais motivos para comemorar.
A publicitária e fotógrafa Malvina Mondego Ferreira, 32 anos, por exemplo, afirma que espera ansiosamente pela data, que se diverte muito nos anos em que a data acontece, e que sempre brinca dizendo que tem apenas oito anos. Entretanto, quando era criança, ela relembra que nem sempre foi assim, pois ficava chateada por não ter no calendário a data do seu aniversário todos os anos.
“Lembro que, quando era criança, das duas vezes que teve a data no calendário, não pude ter festinha. Em uma dessas peguei até catapora. Hoje até me divirto com a situação, posso escolher que dia comemorar, dia 28 ou 1º de março”, sorri.
Segundo Malvina, nos anos em que fevereiro tem 28 dias, é tranquilo, pois os amigos geralmente decidem quando querem parabenizar ou comemorar com ela. As opiniões se dividem. Enquanto uns acham que ela deve ser parabenizada dia 28, outros optam pelo dia 1º de março, justificando que a comemoração precisa ser feita um dia depois do aniversário.
“Não tenho nenhum problema quanto a isso, os amigos decidem quando devem me parabenizar, está tudo certo. Nos anos que tem a data, confesso ficar mais animada em comemorar com os amigos e familiares”, diz.
Malvina também comenta sobre um caso especial que ocorreu por conta de seu perfil no Facebook, quando a rede social exigiu uma decisão da publicitária quanto à data e ela escreveu uma mensagem descontraída falando sobre o assunto.
“Querido Facebook, não tenho culpa de você me querer parabenizar somente no dia 1º de março nos anos que não têm 29 de fevereiro, só quero deixar claro que eu sou de fevereiro. E esse ano tem”, escreveu.
Festa em família

Foto: Arquivo Pessoal.


Arquivo Pessoal

As gêmeas Glaucia e Gleice Ribeiro comemoram aniversário no dia 29

Depois de quatro longos anos, o dia 29 de fevereiro é motivo de festa na família Ribeiro. É que há 24 anos (ou seis, como prefiram) nascia Glaucia, que atualmente trabalha como secretária.

Para ela, nascer nesta data não é confortável. Glaucia afirma que sempre comemora no dia 28, e que nos anos que têm a data nem se importa, é como um aniversário comum. Apesar de dividir o aniversário com a irmã gêmea Gleice, a existência da data não é motivo para grandes comemorações.
Já para a família, é sempre motivo de festa e muita comemoração, aguardam a data ansiosamente e sempre comemoram em grande estilo. Mas Glaucia não alimenta essa expectativa toda em torno do dia 29.
“É uma coisa chata e estranha fazer aniversário só de quatro em quatro anos. Os amigos têm sempre a velha piada, este ano vai ter bolo ou não? Por isso, optei em comemorar sempre no dia 28. Nos anos que têm 29, começo a comemorar no dia anterior”, relata.
Glaucia afirma que mesmo a família fazendo a maior festa no dia 29, e mesmo assim comemorar um dia antes desde criança, deixou esse clima de tranquilidade e que muitas vezes ela nem lembra que a data do nascimento é um dia incomum.
Ela contou que os amigos sempre lembram. Hoje até o Facebook lembra no dia 28. Contudo, ela diz que gostaria de ter nascido em uma data comum, onde pudesse ter no calendário todos os anos a data do seu aniversário.
Ano bissexto

De acordo com o astrônomo e colunista Victor Alencar, o nome ‘bissexto’ é explicado pelo fato de que nos anos de correção (com 366 dias) havia dois dias que eram chamados de “Ante die VI (sextum) Kalendas Martias”, cuja tradução livre seria ‘seis dias antes do início de março’ – ao invés de um dia só, como nos anos de 365 dias.

Dessa forma, haveria dois (bis) dias adicionados a seis (sextum) dias antes do início de março. Com o passar do tempo, a frase se contraiu para bissextum, e, assim, hoje conhecemos o ano bissexto.
Ainda segundo Victor, o calendário gregoriano foi promulgado em 1582, pelo papa Gregório XIII, que reuniu um grupo de estudiosos para corrigir o calendário Juliano. Durante muito tempo, o ano não começava em janeiro, começava em março.
Para saber
O sistema que usamos para contar o tempo é o Calendário Gregoriano, que surgiu com base em outros calendários inspirados no movimento de rotação da Terra. Como aprendemos na escola, uma volta do planeta em torno do seu eixo equivale a um dia, já uma volta da Terra em torno do sol equivale a um ano.
Na hora de dar uma volta completa em torno do sol, esqueça os tradicionais 365 dias. Na verdade, são necessários 365 dias e quase 6 horas. Arredondando esse valor, ao final de quatro anos, fazendo uma conta simples, é possível perceber um dia extra, que precisava ser distribuído. Para resolver esse problema, os egípcios tiveram a ideia de, a cada quatro anos, adicionar um dia a mais no calendário.
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