PERIGO

Chuvas fortes aumentam os riscos de deslizamentos

Moradores das áreas de risco da capital maranhense vivem dilema entre sair de casa ou permanecer e apostar na sorte.

área de risco
Com a chegada das chuvas fortes em São Luís, aumen­ta a preocupação dos mo­radores que vivem nas áre­as de risco ou nas proximidades delas. Atualmente, são 60 pontos de áreas de risco, entre alagamen­to, deslizamento e desabamento.
Segundo as informações da Defesa Civil Municipal, durante o mês de dezembro, foi realizada a atualização do mapeamento das áreas de risco 2015/2016. Os resultados da atualização mos­tram que a capital maranhense reduziu seis áreas de risco na cidade, mas ainda possui 60 lu­gares nessa situação.
Os principais pontos estão lo­calizados no eixo Itaqui-Bacanga, Coroadinho, Salinas do Sacavém, Túnel do Sacavém, Vila Lobão, Cruzeiro do Anil, Pão de Açúcar, Vila Isabel Cafeteira, Vila Airton Senna (São Raimundo), Cidade Olímpica, Vila Funil e Rio Grande.
Dessas áreas, as consideradas como pontos críticos são o bairro do Coroadinho e algumas partes do Sacavém. Essas localidades são cheias de encostas onde podem acontecer deslizamentos, a de­pender do quantitativo de chuvas.
O Imparcial esteve no bairro Vila Dom Luís, situado no Eixo Itaqui-Bacanga, e constatou a pre­ocupação e o medo que tomam conta dos moradores. Na Rua da Mangueira, uma dessas áreas de riscos, há muitas casas próximas a uma barreira que mede aproxi­madamente uns 30 metros, que pode desabar a qualquer momen­to após uma chuva forte.
A aposentada Enilde Galdino Pereira, de 62 anos, moradora da Vila Dom Luís há mais de 35 anos, contou que, quando começa o pe­ríodo chuvoso, as noites não são mais as mesmas. A família não consegue dormir, e cada baru­lho vindo da rua é motivo para se assustar e verificar no quintal se está tudo bem.
Dona Enilde contou que a bar­reira desabou três vezes, causan­do prejuízos materiais e deixando todos em pânico. Foram episódios que ela pede que não aconteçam mais. Para minimizar o proble­ma, a família dela mandou co­brir aproximadamente 16 metros da barreira para que a água não penetre no barro e, assim, evite o deslizamento.
“Quando a chuva começa, fi­camos todos em alerta. Eu nem consigo dormir, passo a noite an­dando pela casa e pedindo a Deus que não aconteça o pior. Na tarde de sexta-feira, foi terrível, fiquei apreensiva com medo de aconte­cer o pior. Gostaria que os órgãos responsáveis mandassem fazer um muro de arrimo para conter o barro, pois eu não tenho condi­ções de fazer”, desabafou.
Ela afirmou que a Defesa Civil já passou pelo bairro diversas vezes, tirando fotos e fazendo mapeamen­to, porém nenhuma providência foi tomada até hoje. O vendedor Lucas Melo, de 48 anos, também morador da Vila Dom Luís, recla­ma que não tem para onde ir, por isso, permanece na casa sabendo do risco que ele e família correm.
“Nosso medo aumenta a cada chuva forte que acontece na ci­dade. Muito complicada a nossa situação, mas não podemos sair porque não temos para onde ir. O jeito é ficar e aguardar que al­guém olhe por nós”, disse.

Mapeamento
Durante três dias, os agentes da Defesa Civil Municipal percorreram áreas de risco de deslizamentos de encostas visando avaliar a situ­ação em que se encontram estas localidades. “A Defesa Civil Muni­cipal durante todo o ano monito­ra as áreas de risco. O trabalho é conjunto e envolve as secretarias municipais de Segurança, Assis­tência Social e Obras e Serviços Públicos, que são fundamentais para um resultado positivo”, en­fatizou Breno Galdino, titular da Semusc e coordenador da Defesa Civil Municipal.

Para o mês de fevereiro, por determinação do prefeito Edi­valdo Holanda, estão previstas as campanhas de prevenção de riscos e desastres. “Esse é um trabalho onde os agentes da De­fesa Civil orientam as famílias que residem em áreas de risco sobre como proceder em casos de sinistros durante o perío­do chuvoso. Além da campa­nha, os agentes mantêm con­tato direto com a comunidade por meio dos Núcleos Comu­nitários”, ressaltou a superin­tendente da Defesa Civil Mu­nicipal, Elitânia Barros.
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