MOVIMENTO POPULAR

Moradores do Itaqui-Bacanga querem emancipação do bairro

Para garantir a municipalização da região, há mais de oito anos, comissão formada por líderes comunitários, moradores e conselheiros tutelares da área Itaqui-Bacanga lutam na justiça

Foto: Honório Moreira/ O Imparcial.


Honório Moreira/ O Imparcial

Itaqui-Bacanga

A discussão sobre a Emancipação da área Itaqui-Bacanga que já existe há mais de 10 anos continua em pauta entre moradores e líderes comunitários, que até hoje lutam pela independência da região. Porém, a temática divide opiniões.
Uma região imensa que começa na Barragem do Bacanga, passa pelo Porto do Itaqui e vai até Pedrinhas. Composta por 60 bairros, uma população de mais de 200 mil pessoas e com um colégio eleitoral de 68 mil eleitores, conhecida também como Eixo Itaqui-Bacanga, é alvo de um grande debate.
Existe comissão formada por líderes comunitários, moradores e conselheiros tutelares da área Itaqui-Bacanga que lutam há mais de oito anos para garantir a municipalização da região. O líder comunitário da área Itaqui-Bacanga, Valdemir Martins Lindoso, morador da Vila Isabel há mais de 10 anos, afirma que a luta é antiga e os motivos que o leva a ter a certeza de que a independência da área é o ideal são as mais diversas.
Valdemir descreveu que a região agrega as maiores empresas do estado, como a Vale, Porto do Itaqui, distribuidores de gás, entre outros. Muitos impostos saem da área e não retornam. “A ideia é descentralizar de São Luís estes recursos e serem injetados na própria região. Temos exemplos de outros locais geograficamente menores e com menos habitantes e que hoje são municípios e deram certo”, afirmou.
Os moradores reclamam que há deficiência nos serviços básicos que são oferecidos na área, desde saneamento básico até o transporte público. O morador Zinaldo Almeida, que reside na Vila Dom Luís há mais de 30 anos, contou que desde que chegou à comunidade poucas foram as melhorias trazidas para o eixo Itaqui-Bacanga.
Ele acrescenta ainda que deveria ser diferente, pois muitos impostos são arrecadados na área. Pois muita obra-prima é produzida por grandes empresas, o que gera impostos que deveriam ser revestidos em benfeitorias para a área. “Se caso fosse aprovada a emancipação da área, todo iríamos lucrar com isso. Poderíamos exigir melhores condições para as nossas comunidades, o que fosse produzido poderia gerar renda e transforma-se em benefícios para a região. Há muito descaso com a área Itaqui-Bacanga”, disse.
Segundo Zinaldo Almeida, não há interesse do poder público em tornar a área Itaqui-Bacanga em município, pois será perdida muita arrecadação de impostos e também perderá uma grande parte do eleitorado de São Luís. Ele falou ainda que falta união da área para eleger seus próprios representantes, pois sempre colocam no poder pessoas que nem conhecem a realidade da região.
Já para o presidente da Associação Comunitária Itaqui –Bacanga (Acib), Marciel Gomes, a área ainda não tem estrutura para ser independente. É necessário avançar mais em muitos aspectos para então pensar em municipalização.
Ele explica que ainda existe sim muitos problemas na região, como por exemplo o saneamento básico. Todo o esgoto é despejado no Rio Bacanga e na Praia d’ Guia. Algumas comunidades precisam de abastecimento de água, pois utilizam poços artesianos.
Na área da saúde, ele afirma que há um quantitativo bom de postos de saúde. Porém, faltam profissionais, as escolas também atendem à demanda, mas a educação não é de qualidade.
No âmbito da segurança pública, ainda tem muito para ser realizado, pois ainda é uma área com grande índice de violência. Porém, há solução, basta oferecer aos jovens oportunidades como cursos, inclusão em esportes e trabalho preventivo para que eles não caiam nas drogas. “Não temos condições ainda de sermos um município, pois não há nenhuma secretaria implantada aqui em nossa área. Não há estrutura. Corre-se o risco de sermos emancipados e depois sermos abandonados, como aconteceu com o Maiobão. Essa conversa de que todos os impostos são destinados ao município não procede. Alguns vão para o estado também. É preciso um trabalho mais avançado para que haja uma emancipação que de fato possa trazer benefícios para a área”, finalizou.
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