Encontrar um local para estacionar os veículos no Centro de São Luís tem sido um grande desafio para os maranhenses. O Imparcial visitou alguns locais da cidade como Praça Deodoro, Praia Grande, Rua da Paz entre outros e registrou que muitos motoristas usam a calçada como estacionamento.

Veículos estacionados em cima das calçadas, nas praças, nos locais reservados para táxis e nas faixas azuis, e até em frente às garagens residenciais são práticas comuns na capital.

As calçadas que deveriam ser espaço reservado ao direito de ir e vir dos pedestres é local disputado pelos motoristas e pelos flanelinhas. Na Praça Deodoro, além dos ambulantes e taxistas que são autorizados a permanecer no local, faz parte do cenário também um amontoado de veículos estacionados na praça e flanelinhas, que costumam cobrar o valor de R$ 2,50 a R$ 3 por hora.

Os pedestres que circulam pelo local encontram dificuldades para caminhar entre os carros que ficam aglomerados na praça, onde deveria ser o espaço das pessoas transitarem livremente.

O gerente Josué Matos deixa o carro todos os dias na Praça Deodoro a mais de um ano e disse que confia, pois não tem alternativa. Para ele, que trabalha na Rua da Paz, a praça é o local mais próximo que encontrou para deixar o carro. Ele reclama dos preços abusivos que são cobrados nos estacionamentos. Acrescentou ainda que tem um gasto fixo de aproximadamente R$ 100 por mês com estacionamento, sem contar com as saídas no fim de semana. “O problema da falta de locais adequados para estacionar não é exclusividade do Centro da cidade, o problema é geral, em todos os bairros. Os estabelecimentos comerciais deveriam ter um estacionamento próprio e não haver cobranças de taxas, pois às vezes a gente quer só comprar algo rápido e ainda temos que pagar pelo estacionamento” reclamou.

Por falta de espaço para estacionar os veículos no Centro, os proprietários dos antigos casarões localizados na Rua Do Sol, Rua da Paz, Beco da Pacotilha, entre outros, lucram utilizando os espaços como estacionamentos rotativos, os preços variam de R$ 3 a R$ 5. Os estacionamentos que ficam mais próximos do Centro custam R$ 5, e os mais afastados, como na Praia Grande e Avenida Magalhães de Almeida, o valor é de R$ 3 a hora ou fração.

O taxista Gabriel Lima disse que a situação na Praça Deodoro é rotineira, que os motoristas não respeitam o direito de ninguém, estacionam os veículos em qualquer lugar, e por falta de uma fiscalização mais rígida é que acontece isso.

“Tenho saudade do tempo em que São Luís era uma cidade organizada, onde havia espaços para todos. Eles estacionam no espaço reservado a taxistas, deficiente e, quando nós reclamamos, eles ficam zangados e querem brigar conosco. A cidades está um caos, se houvesse uma fiscalização permanente e rigorosa, eles não agiriam assim”, desabafou o taxista.

Na Rua São Pantaleão, a equipe de reportagem flagrou filas de carros em cima da calçada. Ao conversar com o motorista André Mendes, ele afirmou ser obrigado a cometer este tipo de infração, pois muitas vezes tem que resolver algum problema rápido e não há local adequado para estacionar.

André falou ainda que quando sai a passeio com a família, não é diferente, pois nunca há um lugar adequado e seguro para guardar o carro, então, muitas das vezes se submete a entregar a chave do carro ao flanelinha, por não haver outra opção. “Confiar mesmo eu não confio, até porque muitas vezes eles estão mal vestidos, com um odor horrível. Ficamos até com medo de deixar o carro, com receio de voltar e encontrar só o lugar vazio. O poder público tem que fazer algo para resolver o problema de falta de espaço para estacionar os veículos em São Luís”, falou André.

De acordo com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), os agentes de trânsito, em viaturas e em motocicletas, fazem o patrulhamento e a fiscalização das avenidas e ruas de São Luís, de forma itinerante. Os motoristas que forem flagrados transitando ou estacionado em local proibido, em área reservada ao pedestre, como passeio público, calçada, faixa de segurança de pedestres, ciclovias e na faixa de rolamento das vias, será punido com multa gravíssima, com perda de cinco pontos na carteira de habilitação destinada ao autor da infração, que pode ser o proprietário ou quem ele responsabilizar pela infração (quem estava dirigindo o veículo no ato do cometimento da infração). Porém, a multa vai para o nome do proprietário, no valor de R$ 127,69.

A SMTT ressaltou que estacionar em calçadas, faixa de pedestres, nas esquinas, paradas de ônibus, posto de táxi e na faixa de rolamento das ruas e avenidas (bloqueando uma das fixas) é infração de trânsito estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) independente de sinalização regulamentadora.

A SMTT alerta ainda aos condutores que tais práticas irregulares estão passíveis de remoção do veículo para o pátio da secretaria. Para retirar o veículo, o motorista deve pagar o guincho, diárias e alguma outra pendência relativa a IPVA, bem como outras infrações.